Para Emmanuel Macron, RN e LFI representam “guerra civil”
“a resposta da extrema direita, porque remete as pessoas a uma religião ou a uma origem, divide e empurra para a guerra civil”, disse Macron em entrevista, na segunda-feira, 24 de junho
Os eleitores franceses irão às urnas para o primeiro turno das eleições legislativas antecipadas neste domingo, 30 de junho.
Enquanto os candidatos do campo governistas tentam frustrar as previsões sombrias das últimas sondagens, que indicam maioria para a aliança de direita em torno do partido de Marine Le Pen, Emmanuel Macron continua a sua campanha, com inúmeras intervenções midiáticas.
Na segunda-feira, 25 de junho, o presidente francês concedeu uma longa entrevista ao podcast Génération Do It Yourself, apresentado pelo empresário Matthieu Stefani.
No podcast, Macron disse acreditar que a pontuação elevada do Rassemblement Nationale (RN) nas eleições europeias está “muito ligada” à insegurança; garantiu que a mensagem foi recebida e prometeu ir “muito mais rápido, muito mais forte” para combater a “impunidade”.
Para o presidente francês, porém, “a resposta da extrema direita, porque remete as pessoas a uma religião ou a uma origem, divide e empurra para a guerra civil”.
Macron criticou também o partido de extrema esquerda La France insoumise (LFI) que, para ele, “nos prende num comunitarismo que é um pouco eleitoral, mas que esconde por trás dele também a guerra civil, porque antes de mais nada envia as pessoas de volta exclusivamente à sua filiação religiosa ou comunitária”.
O RN e a LFI “respondem a problemas reais, a ansiedades reais”, admite Emmanuel Macron, mas respondem “mal”, “aumentando o conflito e a guerra civil”, insiste.
Questionado sobre a teoria da “grande substituição”, retomada em particular por Éric Zemmour, Emmanuel Macron vê nela “uma sensação de perda de controle e de fim do progresso”. Ele atribui isso em particular ao “declínio demográfico” que “cria dúvidas existenciais para um povo”. “Não existe nenhuma política que mude isso completamente”, admite. Mudamos isso com algo sensível, com cultura, com narração de história»
Macron também se explicou mais uma vez sobre a dissolução da Assembleia Nacional, uma escolha que “foi imposta”, disse. “Isso me deixou feliz? A resposta é não”. Segundo ele, porém, uma moção de censura na Assembleia era inevitável. “É muito difícil, estou ciente disso e muitas pessoas estão zangadas comigo”, admite, consciente da indignação entre seus próprios aliados. “Mas fi-lo porque não há nada maior e mais justo numa democracia do que a confiança nopovo. »
“A guerra civil é ele”
Ao ser questionado sobre as declarações de Macron, associando o RN com a possibilidade de uma guerra civil, o presidente do partido, Jordan Bardella, disse que o presidente quer assustar os franceses, que um “Presidente da República não deveria dizer isso” e acrescentou: “quero restaurar a segurança de todos os franceses.”
Do outro lado do espectro político, o líder do La France Insoumise, Jean-Luc Mélenchon também reagiu insinuando que o próprio Macron havia iniciado a guerra e aconselhando o chefe de Estado a “virar a língua sete vezes na boca” antes de falar.
“Emmanuel Macron organizou a ascensão da extrema direita durante sete anos. A guerra civil é ele”, denunciou também o deputado da LFI Clémence Guetté.
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