Papa denuncia a legalização das drogas em vários países
Segundo o Papa, "a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão. Se for liberalizada o consumo será maior", declarou o papa Francisco
O papa Francisco reiterou a sua firme oposição à legalização do uso de drogas por ocasião do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico de Drogas, quarta-feira, 26 de junho.
Segundo o papa, “a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão, como foi proposto por alguns, ou já implementado, em alguns países. Se for liberalizada o consumo será maior“.
Após citar João Paulo II, segundo o qual “o abuso de drogas empobrece todas as comunidades onde está presente. Diminui a força humana e a fibra moral”, o papa Francisco afirmou que quem faz uso de drogas “traz consigo uma história pessoal diferente, que deve ser ouvida, compreendida, amada e, na medida do possível, sanada e purificada”. Os usuários de drogas “continuam tendo uma dignidade enquanto pessoas filhas de Deus”. “Todo mundo tem dignidade”, acrescentou o papa.
Traficantes são assassinos
“No entanto, não podemos ignorar as intenções e más ações dos distribuidores e traficantes de drogas. Eles são assassinos”, sublinhou Francisco, recordando que o papa Bento XVI usou palavras severas durante sua visita à comunidade terapêutica “Fazenda da Esperança”, no Brasil, em 12 de maio de 2007, ocasião em que afirmou: “Digo aos que comercializam a droga que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai exigir de vocês satisfações. A dignidade humana não pode ser espezinhada desta maneira”.
“Não podemos ficar indiferentes”
O Pontífice disse que em suas viagens em várias dioceses e países ele visitou “diversas comunidades de recuperação inspiradas no Evangelho”. “São um testemunho forte e esperançoso do compromisso dos sacerdotes, das pessoas consagradas e dos leigos em pôr em prática a parábola do Bom Samaritano. Do mesmo modo, sinto-me confortado pelos esforços empreendidos por diversas Conferências Episcopais para promover legislação e políticas justas relativas ao tratamento das pessoas dependentes do consumo de drogas e à prevenção para deter este flagelo”, disse ainda Francisco.
“Queridos irmãos e irmãs, perante a trágica situação da dependência de drogas de milhões de pessoas em todo o mundo, perante o escândalo da produção e do tráfico ilícito de drogas, não podemos ficar indiferentes. O Senhor Jesus parou, fez-se próximo, curou as feridas”, disse o papa.
“Também nós somos chamados a agir, a parar diante de situações de fragilidade e de dor, a saber escutar o grito da solidão e da angústia, a inclinar-nos para levantar e reconduzir a uma nova vida aqueles que caem na escravidão das drogas. Rezemos também pelos criminosos que gastam e fornecem drogas aos jovens: são criminosos, são assassinos. Rezemos por sua conversão”, exortou Francisco e concluiu convidando a a renovar “como cristãos e comunidades eclesiais o nosso compromisso de oração e de combate às drogas”.
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