Os golpes relacionados ao cassino online
O lado sombrio dos jogos online. Perder dinheiro e se viciar em caça-níqueis pode ser fácil.
Recentemente, com a regulamentação dos jogos de aposta online, especificamente os jogos caça-níquel, aprovados pela lei 14.790/2023, inúmeras histórias surgiram relatando tanto perdas financeiras expressivas quanto o desenvolvimento da dependência em jogos. Este artigo traz à tona as experiências de duas mulheres que, seduzidas pela possibilidade de ganhos rápidos, encontraram-se em um ciclo vicioso de apostas online.
As narrativas de Patrícia, uma cozinheira do interior de São Paulo, e Juliana*, uma advogada do Paraná, ilustram não apenas as perdas financeiras, mas também o impacto psicológico significativo causado pelo vício em jogos de azar online. Ambas as histórias sublinham a necessidade de estratégias firmes de prevenção e proteção aos consumidores em plataformas de aposta.
O vício em jogos está destruindo famílias?
Patrícia começou a jogar despretensiosamente e, em dois meses, perdeu R$ 80 mil, uma quantia que ela descreve como devastadora. A cozinheira comparou o vício dos jogos online ao crack, pelo ritmo rápido e destrutivo que tomou suas economias. “É assustador como você perde a noção do dinheiro que está saindo”, relata.
Como Patrícia se envolveu com cassinos online?
Inicialmente, Patrícia foi atraída por curiosidade, catalisada por uma propaganda no celular. O jogo, que parecia inofensivo, rapidamente se transformou em uma dependência severa. Com o objetivo de recuperar as perdas, ela se viu tomando decisões financeiras cada vez mais arriscadas, chegando ao ponto de pegar dinheiro emprestado com agiotas.
Juliana* e a perda de R$ 100 mil em jogos online
Por outro lado, Juliane* entrou no mundo das apostas por influência de propagandas que prometiam bons retornos financeiros. A facilidade de acessar os jogos online, a começar com pequenas apostas de R$ 30, levou-a a um caminho semelhante ao de Patrícia. Em pouco mais de um ano, o envolvimento ocasional transformou-se em compulsão, resultando na perda de R$ 100 mil.
Da mesma forma que Patrícia, Juliana tentou, em diversas ocasiões, parar de jogar, enfrentando uma batalha constante contra a compulsão. Apesar dos momentos de lucro, as perdas sempre eram maiores, o que apenas aprofundava o ciclo de dívidas e empréstimos.
As histórias dessas mulheres refletem uma questão maior relacionada à regulamentação dos jogos online no Brasil. Ainda que a iniciativa de legalizar tais jogos vise controlar e gerar receita a partir dessas atividades, os relatos destacam o lado sombrio e as consequências negativas que podem surgir.
Prevenção e apoio à ludopatia em discussão
Uma medida preventiva importante referida por Patrícia é a instalação de um aplicativo que bloqueia o acesso a sites de jogos. No entanto, durante as crises de abstinência, retornar ao jogo parece inevitável. Nesse contexto, patrimônios são diminuídos e lares são desestabilizados em questão de horas.
A regulamentação recente busca endereçar esses problemas através de ferramentas como a autoexclusão ou limitação de apostas, porém, a eficácia dessas iniciativas depende de um acompanhamento constante e suporte adequado aos jogadores. Grupos de apoio, como Jogadores Anônimos, desempenham papel vital, proporcionando um ambiente de suporte para aqueles que buscam se livrar do vício.
Diante desses desafios, o governo e as plataformas de jogos têm uma grande responsabilidade. É necessário assegurar que os controles e as proteções estejam realmente salvaguardando os consumidores, impedindo que mais histórias como as de Patrícia e Juliana* se repitam.
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