ONG denuncia sequestro de iraniana que se despiu em protesto
Organizações de direitos humanos manifestam preocupação com jovem detida após se despir em uma universidade do Teerã
Organizações de direitos humanos manifestaram preocupação com a jovem iraniana que foi detida após se despir em uma universidade do Teerã como protesto contra a perseguição de agentes de segurança ligados à Guarda Revolucionária.
A Anistia Internacional afirmou ter encontrado evidências de que o regime iraniano tem usado choques elétricos, tortura, espancamentos e substâncias químicas em manifestantes e presos políticos levados para essas instituições psiquiátricas estatais após serem chamados de “mentalmente instáveis”.
Para a entidade, a situação enfrentada pela jovem é “alarmante”.
Imagens da jovem caminhando pelo campus de uma universidade em Teerã apenas com roupas íntimas foram amplamente divulgadas nas redes sociais na semana passada.
Relatos apontam que ela estava protestando por ter sido agredida fisicamente por seguranças do campus da Universidade Islâmica Azad em Teerã por não cumprir o rigoroso código de vestimenta imposto às mulheres iranianas.
Hospitalização psiquiátrica involuntária
Hadi Ghaemi, diretor do Centro de Direitos Humanos no Irã, uma organização independente sediada em Nova York, disse que as autoridades iranianas usam sistematicamente a hospitalização psiquiátrica involuntária como uma “ferramenta para suprimir a dissidência, rotulando os manifestantes como mentalmente instáveis para minar sua credibilidade”.
“Transferir indivíduos que participam de protestos pacíficos para hospitais psiquiátricos representa não apenas um ato de detenção arbitrária, mas também constitui uma forma de sequestro. Essa prática é uma ação flagrantemente ilegal para desacreditar ativistas, rotulando-os como mentalmente instáveis”, acrescentou.
Desde que o caso veio à tona, a jovem se tornou um novo símbolo da luta das mulheres no Irã.
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