O que impede a China de entrar no conflito com os Houthis no Mar Vermelho
Rebeldes Houthis intensificam ataques no Mar Vermelho, desafiando as ambições globais da China no Oriente Médio.
À medida que os rebeldes Houthis do Iêmen intensificam os ataques à navegação comercial no Mar Vermelho, a crescente tensão no cenário geopolítico lança um desafio à China e à sua proclamada intenção de se tornar uma potência intermediária no Oriente Médio.
Os ataques dos Houthis, que comprometem uma das mais importantes rotas marítimas globais, têm abalado o comércio internacional, alimentando os temores de um conflito regional de maior amplitude, quatro meses após a deflagração da guerra entre Israel e o Hamas.
A Resposta da China
Apesar do contexto preocupante, a resposta oficial da China à crise do Mar Vermelho tem se limitado a apelos pelo fim dos ataques a embarcações civis e a críticas veladas às ações militares dos EUA contra os Houthis. Observadores entendem que essa postura cautelosa de Pequim confronta com suas aspirações globais.
“A resposta evasiva da China lança uma forte sombra sobre suas ambições de se tornar uma potência global responsável”, afirma Mordechai Chaziza, professor sênior do Ashkelon Academic College, em Israel, especializado nas relações da China com o Oriente Médio.
Enquanto Pequim não mostra interesse em envolver-se diretamente na crise, os EUA têm tentado incentivá-la a exercer pressão sobre o Irã – país que treina, financia e equipa os Houthis – para coibir os ataques.
Ameaça aos Interesses Comerciais Chineses
Os riscos são consideráveis para a China, que é a maior nação comercial do mundo. A maior parte das exportações chinesas para a Europa é transportada através do Mar Vermelho. Adicionalmente, milhões de toneladas de petróleo e minerais atravessam essa rota marítima para alcançar os portos chineses.
O agravamento da crise no Mar Vermelho também representa um desafio diplomático para o líder chinês Xi Jinping, que prometeu nos últimos anos “contribuir com a sabedoria chinesa para promover a paz e a tranquilidade no Oriente“.
A Crise do Mar Vermelho
Os rebeldes Houthis do Iêmen iniciaram a série de ataques contra navios no Mar Vermelho em meados de novembro, reivindicando uma ação solidária à causa palestina. No entanto, muitas embarcações sem qualquer ligação com Israel também foram alvo de ataques.
Durante as primeiras semanas de ataques, a resposta pública da China foi bastante “recatada”, sem grandes declarações sobre o tema. Mas, na prática, recusou entrar na ofensiva dos EUA contra os rebeldes houthis no Iêmen.
A única declaração dada foi no sentido de que iria evitar que “as partes relevantes a evitarem colocar lenha na fogueira”.
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