O que fez o Brasil se abster de votar contra Maduro na OEA?
A OEA não conseguiu aprovar a resolução que exigia a apresentação das atas da fraude eleitoral na Venezuela por apenas um voto
Como mostrou O Antagonista, a Organização dos Estados Americanos (OEA) não conseguiu aprovar na quarta-feira, 31, a resolução que exigia a apresentação das atas da fraude eleitoral de Nicolás Maduro na Venezuela por apenas um voto. O Brasil, que adotou a estratégia de não criticar o ditador venezuelano e disse estar “acompanhando com atenção o processo de apuração“, se absteve ao não conseguir retirar do texto o trecho que previa a revisão dos resultados, publicou a Veja.
Eis o parágrafo crucial para o Brasil, de Lula, não votar contra Maduro:
“Conforme solicitado pelos atores políticos venezuelanos relevantes, uma verificação abrangente dos resultados seja realizada na presença de organizações de observação independentes para garantir a transparência, credibilidade e legitimidade dos resultados eleitorais.”
Esse ponto da resolução poderia, segundo a revista, inviabilizar a interlocução entre Brasil e Venezuela.
O governo Lula, conclui O Antagonista, deixou de votar a favor da resolução, porque ela previa que a ditadura desse transparência à contagem de votos, o que Maduro não quer fazer.
Sob a alegação de que negocia com o regime venezuelano, o governo Lula vai ganhando tempo para que Maduro esconda do mundo as atas de votação, ou as falsifique para legitimar o resultado conveniente.
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Oposição reivindica a vitória contra Maduro
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, anunciou que o candidato de sua coalizão nas eleições presidenciais de domingo, 28 de julho, o diplomata Edmundo González, venceu o pleito.
“Já temos como provar a verdade… Neste momento, me emociona muito dizer, é que temos 73,20% dos votos [apurados]”, disse María Corina em coletiva de imprensa ao lado de González na segunda, 29.
“Com as atas que já temos, Maduro não alcança mais Edmundo ao 100% [da apuração]”, acrescentou.
De acordo com María Corina, com 73% das atas das urnas apuradas, o candidato da oposição teria garantidos 6,2 milhões de votos e Maduro, apenas 2,7 milhões.
Considerando esses números, González teria obtido pouco menos de 70% dos votos. A líder da oposição não divulgou a quantidade de votos obtidas por outros candidatos, além do diplomata e do ditador.
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