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O que é Pallywood e o que não é

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Felipe Moura Brasil
5 minutos de leitura 03.11.2023 12:36 comentários
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O que é Pallywood e o que não é

Os israelenses chamam de Pallywood (mistura de Palestina com Hollywood) a indústria de encenações dramáticas produzidas por terroristas e aliados do Hamas, divulgadas pelos canais ligados ao grupo terrorista, e logo reproduzidas (sem identificação de pessoas e locais, nem verificação e acompanhamento de caso)...

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O que é Pallywood e o que não é
Foto: Reprodução

Os israelenses chamam de Pallywood (mistura de Palestina com Hollywood) a indústria de encenações dramáticas produzidas por terroristas e aliados do Hamas, divulgadas pelos canais ligados ao grupo terrorista, e logo reproduzidas (sem identificação de pessoas e locais, nem verificação e acompanhamento de caso) pela imprensa internacional e por influenciadores antissemitas, anti-Israel e/ou de esquerda, para a comoção de plateias ingênuas e o consequente ódio a Israel.

Isto quer dizer que nunca há mortos e feridos na Faixa de Gaza? Claro que não quer dizer isso.

Quer dizer que só com apuração direta e investigação independente se pode distinguir o que é encenação de um grupo capaz de tudo para exterminar judeus e o que é drama real de civis inocentes, envolvendo mortos e feridos em explosões, cujos números e responsabilidades também precisam ser apurados e investigados, para evitar calúnias baseadas em fake news.

Quando a imprensa se apressou em reproduzir as narrativas do governo do Hamas sobre o caso do hospital Al-Ahli, em 17 de outubro, ela precisou recuar diante dos indícios de responsabilidade da Jihad Islâmica pelo foguete errante que explodiu em seu estacionamento. Alguns veículos, não todos, publicaram retratação, que nem de longe compensa o efeito negativo da acusação inicial, espalhada em bolhas virtuais do mundo inteiro, de que Israel bombardeou um hospital e matou 500 pessoas. Três dias depois, a imprensa ainda atribuiu a Israel o “colapso” da igreja São Porfírio, que, não por milagre, permanece erguida, no mesmo lugar, assim como os edifícios da unidade de saúde.

Na quinta-feira, 2 de novembro, o canal de notícias Gaza Report publicou no X, antigo Twitter, um vídeo cujo conteúdo descreveu como “cenas de caos na Escola Primária Abu Hussein (apoiada pela UNRWA) em Jabaliya, depois de ter sido aparentemente atingida por um pesado foguete errante M-75, disparado por Qassam na última salva”.

UNRWA é a agência da ONU em Gaza, que administra escolas criticadas por autoridades israelenses e também pela ONG U.N. Watch por inculcar nos alunos o ódio contra os judeus. Qassam é o nome de uma brigada militar do Hamas, “aparentemente” responsável, segundo o referido canal, pela explosão imediatamente atribuída a Israel pela esquerda global, cujos ativistas, claro, hostilizaram o Gaza Report.

“As pessoas criticam esta conta por publicar tanto sobre os pesados ​​ataques israelenses quanto sobre os impactos dos foguetes errantes disparados pelos grupos armados de Gaza”, registrou o canal. “A todos vocês, confiem que depois de 23 anos de bombardeios quem está dentro de Gaza sabe muito bem qual é a diferença entre as munições”, rebateu, defendendo sua análise preliminar com base em conhecimento empírico, alheio a quem acompanha a distância.

O caso ainda carece de esclarecimento, mas boa parte do mundo simplesmente não aceita esperar, de modo que coloca qualquer sinal de fumaça a serviço de suas teses pré-concebidas e condena quem ousa não fazer o mesmo.

A ideia de que se pode, com alertas para evacuação em massa e esforços de precisão militar, evitar, mas não impedir completamente, a morte de civis, quando um grupo terrorista os utiliza como escudos humanos enquanto mata e continua tentando matar civis do país vizinho, é perturbadora.

Daí, no entanto, que só se admita a reação de um país que teve 1.400 civis assassinados e 240 sequestrados se houver garantia de que nenhum escudo humano dos terroristas será atingido, já é, no mínimo, hipocrisia, considerando-se que a inércia mantém seu povo em permanente vulnerabilidade e a demora em neutralizar assassinos, armas e infraestrutura pode resultar em ainda mais mortes de civis de ambos os lados em futuras ações e reações.

Compreender a legítima defesa de um povo e a tentativa militar de resgatar centenas de reféns não é conceder ao país atacado um salvo-conduto para assassinar civis a esmo, mas admitir que as situações resultantes do combate a terroristas que violam até as leis de guerra precisam ser analisadas caso a caso, sob a perspectiva de que não há solução perfeita na esteira de um massacre, nem consenso absoluto em relação à qualidade de cada cálculo sobre a quantidade hipotética de vidas salvas com bombardeios mortíferos. Em razão justamente disso, o que há, legalmente, é a previsão legal de que nem toda morte de civis é crime de guerra, dada a margem de tolerância para a justificativa de ataques contra alvos terroristas/militares de alta periculosidade.

Obscurecer cada episódio, do ponto de vista factual, moral e/ou legal, só interessa aos líderes de grupos como o Hamas e seus reconhecidos amigos da esquerda global, todos eles autoridades em matéria de encenação.

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