O pacto entre Putin e Kim Jong-un ameaça o Ocidente?
Depois de assinar o acordo com Kim, Putin atacou “a política imperialista dos Estados Unidos e dos seus satélites”
O pacto assinado por Vladimir Putin e Kim Jong-un representa a cooperação mais significativa entre duas nações em décadas. De acordo com o novo pacto de defesa mútua assinado por Vladimir Putin e Kim Jong-un em Pyongyang, a Rússia e a Coreia do Norte darão “assistência militar” uma à outra se alguma delas for atacada.
O documento, publicado pela mídia estatal norte-coreana após a reunião dos dois líderes em Pyongyang, expõe pela primeira vez em preto e branco os parâmetros de um novo acordo de defesa mútua, afirmando que se um dos países for sujeito a “agressão armada” por outros países ou se encontrar em estado de guerra, o outro deverá “fornecer imediatamente assistência militar por todos os meios à sua disposição”.
O acordo reaviva o compromisso de defesa mútua de 1961 da era da Guerra Fria e levanta questões sobre o envolvimento norte-coreano na guerra opressiva na Ucrânia.
A cláusula de intervenção automática do tratado parece indicar que todos os meios militares seriam mobilizados, “incluindo o exército, a marinha e a força aérea”. Outras análises argumentam, porém, que o acordo não implica explicitamente uma intervenção automática.
Os observadores ocidentais também ponderam se o acordo poderá tornar a Coreia do Norte um Estado vassalo de Moscou como a Bielorrússia, ou se os dois países realizarão exercícios militares conjuntos.
A Coreia do Norte, atingida pelas sanções ocidentais, precisa de bens e materiais da Rússia e pode oferecer-se para fornecer em troca mão-de-obra à força de trabalho da Rússia, esgotada pela guerra.
O acordo também concede influência a Kim junto à Rússia, que detém poder de veto no Conselho de Segurança da ONU.
Depois de assinar o acordo com Kim, Putin atacou “a política imperialista dos Estados Unidos e dos seus satélites”
Preocupação americana e sul coreana
Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que o aprofundamento da cooperação entre os dois Estados era “de grande preocupação para qualquer pessoa interessada em manter a paz e a estabilidade na Península Coreana, defender o regime global de não proliferação, cumprir as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e apoiar a povo da Ucrânia”.
Lim Soo-suk, porta-voz do ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, disse que o acordo desconsiderou repetidos avisos da comunidade internacional.
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