“O maior fracasso de contrainteligência do Hezbollah”
Israel ativou explosivos em 3.000 pagers de membros do Hezbollah após a organização terrorista suspeitar da infiltração.
Israel teve de antecipar seu plano cuidadosamente orquestrado contra o Hezbollah, que envolvia a detonação de explosivos escondidos em pagers usados pelos membros da organização terrorista xiita.
A operação, originalmente planejada para um cenário de guerra aberta, foi ativada nesta terça-feira, 17, no Líbano, depois que dois membros do Hezbollah descobriram que os dispositivos haviam sido adulterados. O ataque deixou cerca de 4.000 feridos e 11 mortos, incluindo o embaixador do Irã no Líbano, Mujtaba Amani, que perdeu um olho.
Segundo o Al Monitor, Israel pretendia utilizar os explosivos em caso de uma escalada militar maior. No entanto, a suspeita de que os pagers estavam comprometidos forçou as autoridades israelenses a agir antes do previsto. Os pagers, fabricados pela empresa taiwanesa Gold Apollo, foram modificados antes de serem entregues ao Hezbollah, com explosivos de PETN implantados ao lado das baterias.
O plano foi posto em ação quando o Mossad, o serviço secreto israelense, descobriu que dois membros do Hezbollah estavam prestes a revelar a sabotagem. Para evitar que a adulteração fosse descoberta, Israel enviou um código de ativação aos pagers, como se fosse uma mensagem da liderança do Hezbollah. A explosão ocorreu às 15h30 no horário local, atingindo os membros da organização em várias partes do Líbano.
A gravidade do ataque surpreendeu os especialistas em segurança internacional. Jonathan Panikoff, vice-diretor de inteligência do Conselho Nacional dos EUA para o Oriente Médio, afirmou que “este é o maior fracasso de contrainteligência do Hezbollah em décadas”. O Hezbollah, por sua vez, lançou uma investigação interna para entender como Israel conseguiu comprometer seus equipamentos de comunicação.
Além dos danos diretos, a operação expôs a vulnerabilidade do Hezbollah, gerando questionamentos sobre o impacto desse ataque nas negociações de cessar-fogo em Gaza. O Departamento de Estado dos EUA se pronunciou, afirmando que é cedo para determinar como o episódio afetará os diálogos, mas reconheceu a gravidade do evento.
Ching Kuang, fundador da Gold Apollo, negou responsabilidade direta, afirmando que os pagers foram produzidos por uma empresa europeia usando o nome da sua marca.
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