O legado de desgraça da Revolução Bolivariana na Venezuela O legado de desgraça da Revolução Bolivariana na Venezuela
O Antagonista

O legado de desgraça da Revolução Bolivariana na Venezuela

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 24.07.2024 11:10 comentários
Mundo

O legado de desgraça da Revolução Bolivariana na Venezuela

Chávez, um antigo oficial militar, liderou um golpe fracassado em 1992, ganhou a presidência em 1998 e consolidou rapidamente o poder quando assumiu o cargo, reescrevendo a constituição e assumindo o controle dos tribunais e das forças armadas

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 24.07.2024 11:10 comentários 0
O legado de desgraça da Revolução Bolivariana na Venezuela
Reprodução/Instagram

Apesar de todos os memoriais bajuladores ao falecido presidente populista, Hugo Chávez, nem mesmo em Sabaneta, local de nascimento de Hugo Chávez, os venezuelanos sustentam a chamada Revolução Bolivariana – que combinou uma economia liderada pelo Estado com o nacionalismo.

“O chavismo pode ter nascido aqui, mas também morrerá aqui, se é que já não morreu”, disse Vicmary Jaimes, uma mãe de 27 anos que vende brinquedos na praça central. Ela depende da ajuda alimentar do governo, mas diz que os mantimentos “não servem para um cão” e chegam podres ou infestados de vermes.

As dificuldades da Venezuela têm sido agudas. O país tem sido assolado pelo desastre econômico, pela repressão política e pelo consequente êxodo de milhões de pessoas.

A reeleição de Maduro em 2018 foi considerada uma farsa pelo Ocidente. Agora, em 28 de julho, aniversário de Chávez (data escolhida por Nicolás Maduro) os venezuelanos votarão mais uma vez em uma eleição presidencial já marcada por sabotagens e perseguições.

Mesmo com todo a sua máquina de opressão, trapaça e mentira, pesquisas mostram que Maduro está perdendo por, no mínimo, 20% das intenções de voto.

O principal candidato da oposição, o diplomata reformado Edmundo González, está no lugar de María Corina Machado, uma ex-deputada impetuosa que em janeiro foi proibida de concorrer depois de vencer estrondosamente as primárias em outubro.

Chavismo e decadência

Chávez, um antigo oficial militar, liderou um golpe fracassado em 1992, ganhou a presidência em 1998 e consolidou rapidamente o poder quando assumiu o cargo, reescrevendo a constituição e assumindo o controle dos tribunais e das forças armadas.

Os elevados preços do petróleo subscreveram pesados gastos sociais, enquanto os chavistas receberam cargos na PDVSA, a grande petrolífera estatal, e noutras empresas estatizadas.

Ele expandiu a influência sobre a mídia de radiodifusão, relegando as publicações independentes a espaços online, na época ainda sem o grande alcance de hoje.

Na cidade onde Cháves nasceu, Sabaneta, Há uma praça ancorada por uma estátua do líder esquerdista falecido com o punho erguido – e com uma dedicatória do tirano russo Vladimir Putin.

Outrora considerada o reduto do chavismo, hoje enfrenta problemas típicos de grande parte da Venezuela.

Os postos de gasolina próximos muitas vezes ficam vazios e são comuns cortes de energia e água que duram horas. Lixo, não recolhido há três meses, acumula-se nas ruas.

“Eu era chavista em minha essência, mas Maduro, é hora de ir”, disse Manuel enquanto tomava um gole de run. “Nunca votei na minha vida, mas votarei em González para acabar com esta miséria”, disse Luis, um trabalhador agrícola de 33 anos. Nenhum dos dois deu o sobrenome, com medo de represálias.

Exemplos do legado de projetos abandonados de Chávez situam-se nos arredores da cidade, onde uma fazenda de gado foi expropriada para dar lugar a uma instalação de engenharia genética bovina que funcionou brevemente, mas agora está fechada. Perto dali, um vasto complexo de usinas de açúcar fica vazio, com máquinas enferrujadas à beira da estrada.

As eleições do domingo, 28 de julho

Poucos observadores esperam que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) reconheça uma vitória da oposição no domingo.

Rafael Simón Jiménez, ex-legislador e amigo de infância de Chávez que já fez parte da CNE, disse que um resultado possível seria Maduro reivindicar a vitória em meio a alegações de fraude, deixando a disputa para ser resolvida nos meses anteriores ao início do mandato, em 10 de janeiro.
“Se há uma palavra que resume este processo eleitoral é ‘incerteza’”, disse Jiménez.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Rússia envia mercenários do Iêmen para guerra na Ucrânia

Visualizar notícia
2

EUA condenam cerco de Maduro à embaixada da Argentina

Visualizar notícia
3

Emirados Árabes prendem suspeitos de assassinato de rabino israelense

Visualizar notícia
4

Rodolfo Borges na Crusoé: Mike Tyson e o mar

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

EUA condenam cerco de Maduro à embaixada da Argentina

Visualizar notícia
2

Rússia envia mercenários do Iêmen para guerra na Ucrânia

Visualizar notícia
3

Emirados Árabes prendem suspeitos de assassinato de rabino israelense

Visualizar notícia
4

Rodolfo Borges na Crusoé: Mike Tyson e o mar

Visualizar notícia
5

MBL fará prévia entre Arthur do Val e Cristiano Beraldo para 2026

Visualizar notícia
6

Os acertos e omissões do New York Times sobre STF, Lava Jato e fake news

Visualizar notícia
7

Josias Teófilo na Crusoé: Cultura de fim de semana

Visualizar notícia
8

JBS e Masterboi aderem a boicote ao Carrefour

Visualizar notícia
9

Hezbollah intensifica ataques com mísseis e deixa feridos em Israel

Visualizar notícia
10

Pente-fino do INSS (24/11): Confira seus resultados e impactos

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

chavismo eleições na Venezuela
< Notícia Anterior

São Paulo anuncia a contratação de Marcos Antônio. Veja apresentação

24.07.2024 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

São Paulo tem a tarde mais seca dos últimos 3 anos

24.07.2024 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

O Antagonista é um dos principais sites jornalísticos de informação e análise sobre política do Brasil. Sua equipe é composta por jornalistas profissionais, empenhados na divulgação de fatos de interesse público devidamente verificados e no combate às fake news.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Espanha multa empresas por cobrar bagagem de mão em viagens

Espanha multa empresas por cobrar bagagem de mão em viagens

Visualizar notícia
Suécia distribui panfleto para ensinar população a lutar em guerras

Suécia distribui panfleto para ensinar população a lutar em guerras

Visualizar notícia
Vício em apostas: como funciona a cabeça de quem é viciado em jogos

Vício em apostas: como funciona a cabeça de quem é viciado em jogos

Visualizar notícia
Marinha apreende duas toneladas de drogas

Marinha apreende duas toneladas de drogas

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.