“O Domo de Ferro americano não será igual ao de Israel”
Robert Maginnis, coronel aposentado do Exército americano, explica por que o plano de Trump para um "Domo de Ferro" nos Estados Unidos precisa de adaptações estratégicas e tecnológicas.
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O coronel americano Robert Maginnis publicou nesta sexta, 31, artigo intitulado “Por que o Domo de Ferro americano não será igual ao de Israel”, na Fox News, abordando a ordem executiva de Donald Trump que visa construir um sistema de defesa aérea inspirado no modelo israelense. Maginnis argumenta que os Estados Unidos enfrentam ameaças muito diferentes, o que exigirá ajustes importantes na implementação.
“A ordem de Trump, intitulada ‘O Domo de Ferro para os EUA’, reconhece que a ameaça mais catastrófica para o país vem dos mísseis balísticos intercontinentais, principalmente da Rússia e da China.” Maginnis destaca que, durante a Guerra Fria, os Estados Unidos mantinham a segurança sob a doutrina da destruição mútua assegurada, mas hoje a situação é mais complexa, envolvendo vários inimigos e tecnologias avançadas, como mísseis hipersônicos e drones.
Maginnis explica que Israel construiu um sistema de defesa em três camadas, sendo o Domo de Ferro focado em interceptar foguetes de curto alcance. “Além do Domo de Ferro, Israel conta com a Cúpula de Davi, para mísseis de médio alcance, e o sistema Arrow 3, que intercepta mísseis de longo alcance fora da atmosfera”, explica ele. Apesar de ser eficiente, Maginnis adverte que “esse modelo não é ideal para um país das dimensões dos Estados Unidos”.
O autor lista três grandes diferenças. Primeiramente, “ao contrário de Israel, os Estados Unidos não enfrentam ameaças diretas de países vizinhos como Canadá ou México. Os ataques potenciais viriam de mísseis lançados de submarinos, navios ou intercontinentais.”
Em segundo lugar, ele ressalta o desafio do território americano, 440 vezes maior que Israel, com populações e locais sensíveis espalhados pelo país. “Defender todo o território seria inviável financeiramente.” Por último, “os Estados Unidos já possuem sistemas de defesa, mas não estão interligados como os de Israel.”
Entre os sistemas existentes, Maginnis menciona o AEGIS, utilizado em navios, e o THAAD, que intercepta mísseis em sua fase final. No entanto, ele afirma que a ordem de Trump exige uma abordagem mais integrada. “O Pentágono precisará definir as prioridades de defesa, protegendo locais estratégicos e aceitando riscos em outras áreas”, afirma.
Maginnis lembra o plano de Ronald Reagan, em 1983, chamado de Guerra nas Estrelas, que buscava proteger os Estados Unidos de ataques nucleares com o uso de sensores no espaço. “O projeto de Reagan acabou não funcionando, mas o de Trump é mais pragmático, focado em ameaças específicas e realistas”, escreve.
Ele conclui que, apesar dos custos elevados, o projeto é essencial para a segurança nacional, pois “a explosão de ameaças aéreas exige uma resposta séria”.
Quem é Robert Maginnis
Robert Maginnis é coronel aposentado do Exército dos Estados Unidos, especialista em defesa e segurança nacional. Atuou como consultor estratégico no Pentágono e é colaborador frequente da Fox News, com análises sobre segurança global, tecnologias militares e política externa.
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