O antissemitismo islâmico e a extrema-esquerda cúmplice O antissemitismo islâmico e a extrema-esquerda cúmplice
O Antagonista

O antissemitismo islâmico e a extrema-esquerda cúmplice

avatar
Catarina Rochamonte
4 minutos de leitura 14.11.2023 10:04 comentários
Mundo

O antissemitismo islâmico e a extrema-esquerda cúmplice

A “marcha contra o antissemitismo e pela República”, realizada em Paris e em outras cidades da França, no domingo, 12, a partir da iniciativa do presidente da...

avatar
Catarina Rochamonte
4 minutos de leitura 14.11.2023 10:04 comentários 0
O antissemitismo islâmico e a extrema-esquerda cúmplice
Foto: Reprodução/X

A “marcha contra o antissemitismo e pela República”, realizada em Paris e em outras cidades da França, no domingo, 12, a partir da iniciativa do presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, e do Senado, Gérard Larcher, levou às ruas cerca de 182 mil manifestantes.

A manifestação teve por objetivo denunciar e confrontar a escalada de atos e discursos antissemitas desde o início da reação militar de Israel contra o Hamas, em razão do massacre cometido pelo grupo terrorista em 7 de outubro.

Cívica e apartidária, ela conseguiu reunir políticos de diferentes espectros, colocando lado a lado, por exemplo, os ex-presidentes François Holland (Partie Socialiste) e Nicolas Sarkozy (Les Républicaines).

O presidente Emmanuel Macron não compareceu, mas declarou apoio à marcha.

A maior polêmica deveu-se à presença de Marine Le Pen (Rassemblement National), deputada de direita que concorreu à presidência em 2012, 2017 e 2022. Desde o início da convocação do ato, o partido de Marine Le Pen se dispôs a participar, já que vinha marcando posição em defesa de Israel e dos judeus da França atacados pelo Hamas.

Para alguns analistas políticos franceses, como o historiador Grégoire Kauffmann, a manifestação de 12 de novembro marca um momento essencial na história do partido de direita radical, apontando para uma profunda recomposição do jogo político.

O porta-voz do governo, Olivier Véran, chegou a afirmar que a Rassemblement National (RN) não tinha lugar na marcha. Mesmo assim, ainda que isolados e sob tensão, os representantes eleitos do partido de Marine Le Pen conseguiram marchar até o fim, em um gesto que pode ser lido como um processo de tentativa de requalificação da legenda e que poderá render frutos eleitorais a Le Pen.

Ao repercutir a marcha contra o antissemitismo em Paris, o jornal alemão Der Spiegel publicou uma foto da delegação do RN, acompanhada pela seguinte manchete: “O dia em que Marine Le Pen se tornou elegível para os judeus”.

A presença do grupo geralmente designado como “extrema-direita” francesa deixou claro que o espectro político no qual o antissemitismo se abriga é a extrema-esquerda, representada pelo partido La France Insoumise e seu líder Jean-Luc Mélenchon, que, além de não se fazer presente, desqualificou a marcha contra o antissemitismo, referindo-se a ela como um “fracasso”, “uma reunião de apoiadores dos massacres em Gaza”, e uma “pura operação de branqueamento da extrema-direita”, cheia de “slogans islamofóbicos”.

A extrema-esquerda e o islamismo

A perigosa aliança entre extrema-esquerda e islamismo na França e no mundo tem sido alvo de críticas e análises.

O advogado e ensaísta Gilles William Goldnadel escreveu no jornal Le Figaro que muito se fantasiou sobre os perigos de uma extrema-direita fascista, enquanto a aliança mortal entre a extrema-esquerda e o islamismo era ignorada. Segundo o escritor, “a consequência mais desastrosa desta cegueira foi abster-se de resistir a um fenômeno migratório massivo e invasivo, do qual os judeus franceses são as primeiras vítimas na carne”.

Goldnadel, que compareceu à marcha, criticou o que chamou de  “pusilanimidade”. Para ele, o ato não deveria ter sido “apenas um desfile de compaixão”, pois os males a serem denunciados são bem conhecidos e precisariam ser nomeados: “Eles se chamam antissemitismo islâmico e extrema-esquerda cúmplice”.

No Brasil, essa aliança também marcou o ato de domingo na Av. Paulista, organizado pela “Frente em Defesa do Povo Palestino”, com participação de integrantes do PSTU e do PCO, partidos historicamente aliados do PT de Lula. Bandeiras e camisetas verdes com referências ao Hamas foram utilizadas por cúmplices morais do grupo terrorista.

“É lamentável e preocupante que grupos marchem pelas nossas ruas defendendo abertamente esses terroristas genocidas, que matam bebês e idosos, estupram mulheres, degolam e queimam suas vítimas indefesas”, comentou, em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib).

“O Hamas defende e pratica o genocídio contra o povo judeu, causou a terrível guerra em curso na região, transformou covardemente a população civil de Gaza em escudos humanos e mantém dezenas de reféns inocentes de várias nacionalidades, inclusive bebês, mulheres e idosos”, completou a Conib, embora, no total, sejam 239 pessoas mantidas em cativeiro.

O discurso de Lula, que acusa Israel do terrorismo de que foi vítima, só reforça a cumplicidade da esquerda brasileira com a onda crescente de antissemitismo no mundo.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

PF indicia Bolsonaro e mais 36 por tentativa de golpe de Estado

Visualizar notícia
2

Jaguar se rende à cultura woke e é alvo de críticas

Visualizar notícia
3

Cid implica Braga Netto para salvar delação premiada

Visualizar notícia
4

Kassab projeta Tarcísio presidente até 2030

Visualizar notícia
5

Moraes mantém delação premiada de Mauro Cid

Visualizar notícia
6

Putin comenta lançamento de míssil e ameaça o Ocidente

Visualizar notícia
7

O papel dos indiciados em suposta tentativa de golpe de Estado

Visualizar notícia
8

Gonet foi contra prisão de Cid após depoimento a Moraes; militar foi liberado

Visualizar notícia
9

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
10

Crusoé: Pablo Marçal governador de São Paulo?

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Mandado contra Netanyahu não tem base, diz André Lajst

Visualizar notícia
2

Bolsonaro deixou aloprados aloprarem?

Visualizar notícia
3

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Visualizar notícia
4

PGR vai denunciar Jair Bolsonaro?

Visualizar notícia
5

Tarcísio defende Bolsonaro contra “narrativa disseminada”

Visualizar notícia
6

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
7

"Não faz sentido falar em anistia", diz Gilmar

Visualizar notícia
8

A novela do corte de gastos do governo Lula: afinal, sai ou não sai?

Visualizar notícia
9

Líder da Minoria sobre indiciamentos: "Narrativa fantasiosa de golpe"

Visualizar notícia
10

Fernández vai depor na Argentina sobre suposto episódio de violência doméstica

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

antissemitismo França Hamas Israel
< Notícia Anterior

Rejeição de Lula se mantém em quase 50% em Manaus

14.11.2023 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Calor faz consumo de energia bater recorde no Brasil

14.11.2023 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Catarina Rochamonte

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Visualizar notícia
Fernández vai depor na Argentina sobre suposto episódio de violência doméstica

Fernández vai depor na Argentina sobre suposto episódio de violência doméstica

Visualizar notícia
Crusoé: Morales acusa governo boliviano à ONU de violar direitos humanos

Crusoé: Morales acusa governo boliviano à ONU de violar direitos humanos

Visualizar notícia
Peixe do Juízo final surpreende pesquisadores após reaparecer na California

Peixe do Juízo final surpreende pesquisadores após reaparecer na California

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.