Novo Ministro da Cultura espanhol manda “descolonizar” museus
O novo ministro da Cultura da Espanha, Ernest Urtasun, anuncia revisão dos museus nacionais para “superar o quadro colonial” e assumir compromisso com o feminismo
Ernest Urtasun anuncia revisão dos museus nacionais para “superar o quadro colonial”
O novo ministro da Cultura da Espanha, Ernest Urtasun, ordenou que os 17 museus nacionais que dependem do Governo revejam as suas coleções e adaptem a sua programação temporal a uma história que permita “ultrapassar um quadro colonial ou ancorado na inércia de gênero ou etnocêntrica.”
Em sua primeira aparição perante a Comissão de Cultura do Congresso dos Deputados, Urtasun transformou sua visão “decolonialista” em política de Estado:
“Trata-se de estabelecer espaços de diálogo e intercâmbio que nos permitam ultrapassar este quadro colonial”, disse o ministro, que lembrou que esta revisão do patrimônio cultural é um compromisso assinado pelo Governo de Espanha em acordos internacionais.
Em seu discurso aos congressistas, o ministro declarou: “devemos cuidar, acompanhar e abrir o nosso sistema cultural a esta nova diversidade cultural que a Espanha já vive. Além disso, a nossa prática cultural exige um compromisso determinado com o feminismo” e com a igualdade real”
Urtasun também anunciou a criação de uma Direção Geral de Direitos Culturais que irá desenvolver um plano para fazer cumprir as suas políticas culturais a médio prazo (Urtasun falou em “uma década”).
Deputados da oposição criticaram a atitude de Urtasun. Sol Cruz Guzmán, do PP, pediu ao ministro que “deixe a ideologia de lado”. O representante da VOX, Joaquín Robles, chamou-o de “ministro da agitação e propaganda”.
A prioridade do ministro, segundo o seu discurso, será ampliar e democratizar o acesso à cultura e à criação cultural. Urtasun falou sobre áreas rurais, bairros desfavorecidos e sobre a garantia do direito à criação de grupos de mulheres e LGBTI e insistiu no Bônus Cultural como forma de levar cultura aos jovens.
O Ministério também favorecerá laboratórios de “criação e reflexão” como meios de produção e estendeu a sua defesa da cultura como ferramenta para a paz mundial.
Tudo isso tem um custo. Urtasun explicou que a cultura absorve 0,7% dos investimentos públicos e que esse percentual crescerá para 1%.
Segundo o Luis Alemany, jornalista do El Mundo, o discurso de Ernest Urtasun poderia ser um glossário de toda a discussão política de esquerda durante a última década e meia: contestação, inclusão, periferias, privilégios, colonialismo, Gaza, diversidade, excepcionalidade, laboratórios, acessibilidade, redistribuição, cancelamento do liberalismo, acessibilidade, etc.
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