Noruega é o primeiro país do mundo a permitir mineração no fundo do mar
De acordo com a proposta, uma extensão de 280 mil km² de águas norueguesas estará disponível para empresas interessadas na exploração.
Uma lei aprovada na terça-feira, 9, na Noruega, que permite a mineração no fundo do mar tem o objetivo de acelerar a procura por metais preciosos essenciais para a tecnologia verde.
No entanto, cientistas ambientais alertam para os impactos potenciais que a mineração em águas profundas pode causar na vida marinha, levantando questões importantes sobre a sustentabilidade das nossas iniciativas “verdes”.
Mineração no fundo do mar e tecnologia verde: uma combinação delicada
O novo plano diz respeito especificamente às águas norueguesas, mas o fechamento de um acordo similar para a mineração em águas internacionais também pode ser realizado neste ano.
De acordo com a proposta, uma extensão de 280 mil km² de águas norueguesas estará disponível para empresas interessadas em explorar o fundo do mar em busca de nódulos e crostas metálicas que contêm lítio, escândio e cobalto.
Os minerais são vitais para o desenvolvimento de tecnologias limpas, como baterias, mas embora sejam disponíveis em terra, estão concentrados apenas em alguns países.
Isso pode aumentar o risco de desabastecimento devido a conflitos – um exemplo é a República Democrática do Congo, detentora de algumas das maiores reservas de cobalto.
Riscos e oposição
A nova lei norueguesa entra em conflito com a União Europeia e o Reino Unido, que já pediram uma proibição temporária de práticas semelhantes devido às preocupações com danos ambientais.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), as técnicas de mineração em águas profundas podem gerar significativa poluição sonora e luminosa, além de danos ao habitat de organismos marinhos que dependem dos nódulos.
Ademais, o Instituto Norueguês de Pesquisa Marinha (IMR), afirmou que o governo baseou suas decisões em uma pequena área de pesquisa, aplicando suas constatações para toda a área destinada à exploração.
Segundo eles, seriam necessários de cinco a dez anos de pesquisa adicional para compreender completamente os impactos potenciais para as espécies.
Além da Noruega: a mineração em águas internacionais
Em meio às discussões que envolvem a Noruega, negociações continuam sobre a possibilidade de emissão de licenças em águas internacionais.
A Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), afiliada à ONU, pretende finalizar as regras durante reuniões este ano, com votação final prevista para 2025.
Enquanto mais de 30 países apoiam uma proibição temporária, nações como a China estão ansiosas para iniciar as explorações.
A nova lei em debate na Noruega, embora garanta avanços na área de tecnologia verde, reforça a necessidade de considerar o equilíbrio ambiental e os impactos de longo prazo de nossas ações.
Ambos os aspectos devem ser considerados de forma igualmente importante para garantir a verdadeira sustentabilidade das nossas decisões.
Fonte: BBC Brasil
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