Netanyahu admite aval para explosão de pagers no Líbano
As explosões, que ocorreram em setembro, mataram 39 pessoas e feriram mais de 3.400 em áreas controladas pelo grupo terrorista Hezbollah
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (foto), admitiu pela primeira vez neste domingo, 10, ter dado sinal verde para a operação contra o Hezbollah, utilizando pagers e walkie talkies equipados com explosivos.
As explosões, que ocorreram em setembro de 2024, mataram 39 pessoas e feriram mais de 3.400 em áreas controladas pelo grupo terrorista libanês.
A declaração foi dada à agência de notícias AFP por Omer Dostri, porta-voz do premiê de Israel.
Planejada pelo Mossad, a operação envolveu a inserção de explosivos em pagers usados pelos terroristas do Hezbollah. Os dispositivos continham baterias adulteradas, onde uma fina camada de explosivo plástico PETN estava escondida entre células da bateria, tornando impossível sua detecção por raios-X.
Essa inovação tecnológica, aliada à criação de lojas e produtos falsos para vender os pagers ao Hezbollah, garantiu que o grupo adquirisse os dispositivos sem levantar suspeitas.
Uma investigação interna do Hezbollah confirmou que os pagers passaram por scanners de segurança no aeroporto, mas não indicaram qualquer anormalidade.
Demissão de Gallant
Na última terça-feira, 5, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, demitiu o ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Netanyahu afirmou que “em tempos de guerra, a confiança total entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa é crítica. Infelizmente, essa confiança foi corroída, e as tentativas de preencher as lacunas falharam.”
Foram muitos os desentendimentos entre Netanyahu e Gallant nos últimos dois anos. Em alguns momentos, as brigas entre os dois chegaram até a se tornarem públicas.
Antes do atentado do Hamas, em 7 de outubro do ano passado, Gallant discursou dos movimentos de Netanyahu para reformar o Judiciário.
Depois, durante a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, Gallant reclamou dizendo que Netanyahu estava buscando uma “vitória absoluta” e que isso era “nonsense“. Segundo ele, era preciso colocar em ação um plano para o pós-guerra.
Netanyahu rebateu com uma nota oficial dizendo que Gallant estava adotando uma “narrativa anti-Israel”.
Gallant também apoiou uma decisão da Suprema Corte do país, exigindo que jovens ultraortodoxos prestassem serviço militar.
Essa decisão gerou protestos entre as populações ultraortodoxas e desagradou os políticos da direita mais religiosa, que ameaçaram derrubar o governo.
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