Museu que resgata a arte cristã é inaugurado no Chipre
O recentemente reformado Museu Bizantino em Nicósia, Chipre, é um tesouro de arte cristã primitiva, incluindo mosaicos e ícones raros.

O Museu Bizantino da Fundação do Arcebispo Makarios 3º, localizado na capital do Chipre, Nicósia, foi inaugurado em 18 de março de 2025, após cinco anos de intensas reformas. Este museu destaca-se por abrigar uma coleção de obras de arte cristãs primitivas de valor inestimável, muitas das quais foram recuperadas após serem roubadas de igrejas no norte da ilha, uma região marcada por conflitos.
O acervo do museu inclui mosaicos, ícones e afrescos que representam algumas das mais raras e significativas obras do cristianismo primitivo. Muitas dessas peças foram saqueadas por contrabandistas após a invasão turca de 1974, que foi desencadeada por um golpe de estado de inspiração grega. Com o passar dos anos, as autoridades cipriotas conseguiram rastrear e recuperar várias dessas obras, que agora estão expostas no museu.
Qual é a importância das obras expostas no Museu Bizantino?
O museu abriga obras de arte que não apenas têm valor estético, mas também histórico e cultural. Entre as peças mais notáveis estão os mosaicos raros do início do século 6 d.C., que foram instalados em uma reprodução da abside original da Igreja de Panagia Kanakaria, localizada no norte de Chipre. Esses mosaicos são considerados raros porque sobreviveram à iconoclastia, um período em que o uso de imagens religiosas foi proibido pelos imperadores bizantinos.
Os mosaicos retratam figuras sagradas como Cristo, a Virgem Maria, arcanjos e apóstolos. No entanto, essas imagens foram arrancadas das paredes na década de 1970, cortadas em pedaços e vendidas no mercado negro. Felizmente, a maioria dessas peças foi posteriormente localizada em coleções particulares e recuperada por meio de processos judiciais.
Como o museu contribui para a preservação do patrimônio cultural do Chipre?
O diretor do museu, Dr. Ioannis Eliades, destacou que o saque e a destruição do patrimônio cultural cipriota foram extensos, com mais de 20.000 ícones desaparecidos das igrejas. O museu desempenha um papel crucial ao preservar e exibir essas obras, servindo como um lembrete do impacto do conflito na herança cultural da ilha.
Além de preservar a arte, o museu tem a missão de educar o público sobre a importância de proteger o patrimônio cultural. Eliades espera que o museu inspire as novas gerações a compreender a história do Chipre e a importância de preservar até mesmo as menores peças que possam ser recuperadas.
O futuro do Museu Bizantino e a reunificação do Chipre
Embora o museu atualmente abrigue essas obras de arte, há esperança de que ele seja um espaço temporário. As negociações de paz continuam, e há a expectativa de que, no futuro, a ilha possa ser reunificada, permitindo que as obras retornem às suas localizações originais. Até lá, o Museu Bizantino permanece como um guardião do passado, preservando a história e a cultura do Chipre para as gerações futuras.
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