Mudanças climáticas e o envelhecimento populacional: Consequências crescentes Mudanças climáticas e o envelhecimento populacional: Consequências crescentes
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Mudanças climáticas e o envelhecimento populacional: Consequências crescentes

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4 minutos de leitura 31.08.2024 10:17 comentários
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Mudanças climáticas e o envelhecimento populacional: Consequências crescentes

Com mais vulnerabilidade a extremos de frio e calor, os idosos enfrentam riscos sérios

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Mudanças climáticas e o envelhecimento populacional: Consequências crescentes
Créditos: depositphotos.com / nirutdps

Nos últimos tempos, observamos uma combinação inquietante de fenômenos globais: o envelhecimento da população e as mudanças climáticas. Recentemente, o Brasil enfrentou uma forte onda de frio que causou várias mortes de pessoas em situação de rua por hipotermia. Esse tipo de situação levanta dúvidas sobre o impacto do aquecimento global. Afinal, se o planeta está esquentando, por que ainda enfrentamos frios tão intensos?

Coincidentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente dados do Censo 2022, revelando que a taxa de fecundidade caiu para 1,5 filho por mulher e a expectativa de vida média cresceu para 76,4 anos. Com isso, a população brasileira está envelhecendo a passos largos. Porém, a longevidade crescente traz à tona uma preocupação: quais ameaças climáticas poderemos enfrentar no futuro?

Esses dados nos fazem refletir sobre as possíveis ameaças à longevidade em um cenário de mudanças climáticas. Será que estamos mais suscetíveis aos riscos do frio extremo ou do calor exacerbado? E como esses riscos afetam principalmente a população idosa?

Efeitos das altas temperaturas e mudanças climáticas na longevidade

Uma pesquisa do Centro de Pesquisa da Comissão Europeia, liderada por David García-Léon e publicada no jornal The Lancet Public Health, analisou o impacto das mudanças climáticas na longevidade em 1.368 regiões de 30 países europeus. O estudo usou dados de 854 cidades e é pioneiro em estimar as mortes atuais e futuras causadas por altas e baixas temperaturas com detalhes regionais para todo o continente.

Os resultados apontam que até 2100, as mortes causadas pelo calor podem triplicar na Europa se nada for feito. O estudo sugere que as disparidades regionais no risco de morte por temperaturas altas e baixas entre adultos aumentarão no futuro. Regiões do sul da Europa, como Espanha, Itália, Grécia e partes da França, serão as mais afetadas.

Por que os idosos são os mais vulneráveis as mudanças climáticas?

Atualmente, cerca de oito vezes mais pessoas morrem de frio na Europa do que de calor. No entanto, a previsão é que essa proporção mude significativamente até o final do século. Os autores do estudo destacam que políticas públicas são essenciais para proteger áreas e pessoas vulneráveis dos efeitos das temperaturas extremas. Entre os mais afetados, estão os idosos, que enfrentam maiores desafios para buscar proteção ou reagir a eventos climáticos extremos.

Com base na pesquisa, a maioria das mortes por calor ou frio extremos ocorrerá entre pessoas com mais de 85 anos. Dessa forma, os mais idosos, especialmente aqueles com mobilidade reduzida ou limitados financeiramente, são os mais vulneráveis. Essa faixa etária tem mais dificuldades para encontrar refúgio em eventos como inundações, furacões, frio ou calor extremos.

Como as condições climáticas afetam os idosos no Brasil?

No Brasil, o cenário é agravado pela falta de infraestrutura adequada em muitas residências. Uma pesquisa mostra que 85% da população que construiu ou reformou suas casas o fez por conta própria, sem o auxílio de profissionais qualificados. Essas condições precárias tornam a população ainda mais vulnerável aos extremos climáticos, seja calor ou frio.

Estudos anteriores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontaram as consequências da transição demográfica e climática. Especialistas defendem que a discussão sobre degradação climática deve focar menos no tamanho da população e mais na estrutura etária, composição familiar e urbanização. Esses fatores influenciam diretamente no consumo de energia e nas condições de prevenção contra eventos extremos.

Camilo de Moraes Bassi, também do Ipea, utiliza conceitos como pegada ecológica e hídrica para analisar os efeitos das mudanças na estrutura etária brasileira. Bassi concluiu que o envelhecimento populacional pode significar uma “poupança ecológica”, já que os padrões de consumo de alimentos dos idosos são menos intensivos em recursos naturais.

Portanto, embora o envelhecimento populacional apresente desafios, também pode gerar oportunidades. Implementar políticas de prevenção e cuidado, compatíveis com o contexto ambiental e epidemiológico, torna-se essencial para garantir o bem-estar na velhice. No Brasil, a implementação dessas políticas é ainda mais urgente devido às desigualdades sociais. Estudos contínuos em demografia ecológica são cruciais para evitar mortes e garantir uma longevidade saudável.

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