Morre aos 88 anos Seiji Ozawa, maestro japonês mundialmente renomado
Luto na música clássica: Seiji Ozawa, famoso maestro japonês, morre aos 88 anos. Conheça a trajetória marcante de uma das maiores personalidades da música mundial.
Seiji Ozawa, um dos maestros de orquestra mais conhecidos de sua geração, faleceu esta semana. O maestro japonês, que chegou a ser homenageado pelo Kennedy Center nos Estados Unidos, morreu aos 88 anos de insuficiência cardíaca, conforme anunciado pela emissora pública japonesa NHK.
Uma personalidade marcante no cenário musical
Ozawa, que nasceu na China, passou décadas na atmosfera rarefeita das melhores orquestras do mundo, mas usava gravatas temáticas de beisebol em entrevistas e preferia ser chamado pelo primeiro nome, Seiji, em vez de “maestro”. Seus cabelos espessos e seu sorriso cativaram o público, especialmente nos Estados Unidos, onde atuou como diretor musical da Boston Symphony Orchestra por quase três décadas.
Em 2020, Boston proclamou seu aniversário, 1º de setembro, como o “Dia de Seiji Ozawa”, levando o maestro a declarar que Boston era sua segunda casa.
A vida de Seiji Ozawa após Boston
De volta a Tóquio, anos depois, Ozawa, sempre simples, era por vezes visto em plataformas de metrô vestindo jaqueta e boné de seu amado time de beisebol Boston Red Sox e parava para conversar com admiradores. Ele sempre fez questão de destacar que tudo que conquistou foi fruto de muito esforço.
Uma passagem pela Ópera Estatal de Viena foi ofuscada por problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de câncer de esôfago em 2010, o ano em que deixou a instituição. Mais tarde, ele passou por uma cirurgia nas costas e sofreu vários episódios de pneumonia.
O começo de tudo
Ozawa nasceu em 1935 em Shenyang, na China. Seu pai, dentista, havia se estabelecido lá. Posteriormente, eles se mudaram para Pequim. Ozawa tinha três irmãos e seu primeiro contato com a música ocorreu ainda na infância, cantando hinos na igreja e no ambiente familiar.
O jovem Ozawa iniciou o aprendizado no piano, mas quando machucou um dedo jogando rugby e não pôde mais tocar, decidiu se dedicar à regência. Em 1959, o entusiasmado maestro partiu para a Europa em um navio de carga, onde testou suas habilidades em uma competição para jovens maestros em Besançon, que acabou vencendo.
A relação com o Boston Symphony Orchestra
Após passagens por Toronto, São Francisco e Cingapura, em 1973, Ozawa assumiu como diretor da Boston Symphony Orchestra, dando início a uma relação de 29 anos. Além da música, Ozawa era ávido fã de esportes, sendo um torcedor fanático do Boston Red Sox, New England Patriots e Boston Celtics.
Embora Ozawa tenha dedicado tempo ao ensino, com aulas semanais para crianças em Boston, sua paixão sempre foi fomentar a música clássica no Japão. Lá, ele lançou um festival de música de verão na cidade de Matsumoto, que se tornou um grande sucesso.
Seiji Ozawa deixou dois filhos adultos. Sua filha, Seira, é escritora e seu filho, Yukiyoshi, é ator.
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