Missão incomum: USS Gravely patrulhará o “golfo da América”
O navio estava recentemente envolvido em operações no Mar Vermelho, combatendo a ameaça representada pelos rebeldes houthis

O USS Gravely, um destróier da classe Arleigh Burke, inicia uma nova fase de operações ao navegar pelas águas do Golfo do México com o objetivo de “proteger a integridade territorial, a soberania e a segurança dos Estados Unidos”.
Essa missão marca uma mudança significativa em seu papel, já que o navio estava recentemente envolvido em operações no Mar Vermelho, combatendo a ameaça representada pelos rebeldes houthis.
No início de 2024, o USS Gravely foi responsável por interceptar mísseis balísticos lançados pelos houthis enquanto operava no Mar Vermelho.
No entanto, em 2025, o destróier se dirige para águas mais familiares. De acordo com informações do Washington Post, o navio partiu da Base Naval de Yorktown, na Virgínia, em 15 de março.
Decreto assinado por Trump
O General Gregory Guillot, que lidera o Comando Norte dos EUA, afirmou que esta ação é uma resposta direta a um decreto assinado pelo ex-presidente Donald Trump.
O Pentágono descreveu este desdobramento como uma “resposta coordenada e vigorosa” a diversas ameaças, incluindo terrorismo marítimo, proliferação de armas, criminalidade transnacional e imigração ilegal por via marítima.
Historicamente, essas funções são atribuições do Guarda Costeira dos Estados Unidos, responsável pela vigilância e proteção das águas territoriais americanas.
Militarização das operações contra a imigração ilegal
O USS Gravely contará ainda com a presença de um pequeno contingente de guarda-costeiros a bordo.
A militarização das operações contra a imigração ilegal é um tema recorrente nas políticas de segurança nacional dos EUA.
Donald Trump frequentemente expressou preocupações sobre uma “invasão” à fronteira sul e utilizou recursos militares para reforçar a segurança nessa área.
O Secretário de Defesa Pete Hegseth afirmou anteriormente que a proteção das fronteiras é uma questão de segurança nacional e já mobilizou milhares de soldados para a região. Trump também manifestou intenção de realizar ações militares contra cartéis de drogas.
Objetivos estratégicos
Além do combate à imigração ilegal e ao tráfico de drogas, o USS Gravely poderá ter outros objetivos estratégicos.
O navio irá patrulhar uma área que Trump denominou unilateralmente como “golfo da América”, levantando questões sobre a intenção do governo em reafirmar sua presença nessa região.
Ademais, esse desdobramento representa um fortalecimento da presença naval dos EUA próximo ao Canal do Panamá, uma via essencial que conecta o Mar do Caribe ao Oceano Pacífico, cuja administração Trump almeja “retomar o controle”.
Esse movimento ocorre fora da jurisdição do Comando Norte dos EUA. Um porta-voz do Pentágono declarou que o ministério está “totalmente preparado para apoiar as prioridades de segurança nacional do presidente”, incluindo as relacionadas ao Canal do Panamá.
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