Milei repudia decisão de Maduro sobre Embaixada da Argentina
Governo argentino também denunciou o cerco das forças de Maduro ao edifício em Caracas, onde seis membros da oposição estão asilados
A Argentina manifestou “repúdio” à decisão da ditadura de Nicolás Maduro de revogar unilateralmente a custódia diplomática do Brasil sobre sua embaixada em Caracas.
Em nota, o governo de Javier Milei (foto) afirmou que a atitude pode representar uma tentativa de sequestro dos membros da oposição venezuelana asilados na sede diplomática.
“A República Argentina repudia essa medida unilateral e adverte o governo venezuelano que deve respeitar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que consagra a inviolabilidade das instalações das missões”, afirmou a chancelaria argentina em comunicado divulgado no sábado, 7.
“Da mesma forma, [a Argentina] denuncia à comunidade internacional que patrulhas dos serviços de inteligência e forças de segurança venezuelanos estão atualmente cercando a residência oficial em Caracas. O regime de Maduro anunciou que revogou unilateralmente a autorização concedida ao Brasil para guardar a propriedade oficial”, acrescenta a nota.
As forças de Maduro impuseram um cerco ao edifício em Caracas. Segundo os seis opositores asilados no local, homens encapuzados cercam a embaixada.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram veículos das forças de segurança com as sirenes ligadas nos arredores do prédio. Os seis dissidentes estão abrigados na embaixada e podem ser presos se deixarem o local.
“Qualquer tentativa de intromissão ou sequestro dos requerentes de asilo que permanecem na nossa residência oficial será duramente condenada pela comunidade internacional. Ações como estas reforçam a convicção de que os direitos humanos fundamentais não são respeitados na Venezuela de Maduro”, prosseguiu a chancelaria argentina.
O governo de Javier Milei agradeceu “à irmã República Federativa do Brasil” por representar os interesses argentinos na Venezuela e “seu compromisso e responsabilidade em garantir a custódia das propriedades argentinas nesse país”.
No sábado, o Itamaraty informou que a embaixada ainda está sob proteção diplomática do Brasil e que cabe à Argentina indicar um país substituto para representá-la na Venezuela.
Maduro alega “planejamento de atos terroristas”
A ditadura de Nicolás Maduro alegou em comunicado, sem apresentar nenhuma prova, que a Embaixada da Argentina em Caracas era utilizada para planejar “atividades terroristas e tentativas de assassinato”.
“A Venezuela é obrigada a tomar esta decisão motivada pelas provas disponíveis sobre a utilização das instalações dessa missão diplomática para o planejamento de atividades terroristas e tentativas de assassinato contra o Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, e contra a Vice-Presidente Executiva, Delcy Rodríguez Gómez, pelos fugitivos da justiça venezuelana que permanecem no interior”, afirma o texto do regime.
O comunicado do governo Maduro acrescenta ainda que tanto o Brasil quanto a Argentina foram notificados da decisão por meio de “canais diplomáticos”.
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