Milei afirma que pode resgatar economia sem o apoio do Congresso
Javier Milei defende que a diminuição da pobreza só é possível por meio do capitalismo, poupança e trabalho duro
O presidente argentino, Javier Milei, planeja contornar parlamentares e implementar reformas econômicas radicais através de decretos e poderes executivos.
O presidente da Argentina está confiante em sua estratégia para reviver a economia do país, mesmo sendo considerada de alto risco por analistas. Em entrevista ao Financial Times, ele afirmou que está avançando mais rápido do que o esperado com um ajuste fiscal drástico, sem precedentes no mundo.
Milei argumenta que os argentinos comuns não se revoltarão contra seu plano e defende que a diminuição da pobreza só é possível por meio do capitalismo, poupança e trabalho duro. Desde que assumiu o cargo em dezembro, o presidente surpreendeu ao obter o primeiro superávit orçamentário do país em 12 anos, reduzindo gastos, congelando orçamentos e não reajustando totalmente pensões e benefícios.
Aquecer a economia sem apoio do Congresso
Apesar das críticas de economistas sobre a sustentabilidade desses cortes de gastos, Milei acredita que pode reverter a crise econômica este ano sem o apoio do Congresso. Ele pretende suspender os controles cambiais assim que limpar o balanço do Banco Central, o que segundo o FMI poderia acontecer até meados deste ano.
No entanto, as reformas propostas por ele enfrentaram problemas no Congresso, dominado pela oposição. O presidente decidiu retirar seu amplo projeto de lei após os parlamentares desfazerem centenas de medidas de desregulamentação.
Mesmo assim, Milei revelou que tomará outras medidas através de decretos para avançar com sua agenda de reformas sem depender do Congresso.
Controles cambiais
O presidente acredita que a suspensão dos controles cambiais pode impulsionar a recuperação econômica do país, atraindo investimentos. Ele aposta no crescimento de seu partido, La Libertad Avanza, nas eleições do próximo ano para aprovar as reformas.
Apesar das críticas e da oposição, Milei mantém a confiança de que sua franqueza com os argentinos sobre as mudanças econômicas necessárias o levará adiante. Ele afirma que não teme um protesto de grandes proporções, como o ocorrido no Chile em 2019, e acredita que qualquer revolta social seria politicamente motivada ou envolveria infiltrados estrangeiros.
Além disso, o presidente argentino tem buscado alianças internacionais com países que defendem a liberdade, como os EUA, Israel e Ucrânia. Ele prioriza essas parcerias e espera sediar um encontro de apoio da América Latina para a Ucrânia ainda este ano. A aliança com os EUA é crucial para a Argentina, já que o país está lutando para pagar um empréstimo de US$ 44 bilhões ao FMI.
Embora analistas alertem para a resistência dos argentinos mais pobres às medidas adotadas por Milei, o presidente rejeita essa ideia e afirma que sua terapia de choque econômico não é arriscada, mas sim baseada no que os livros didáticos recomendam.
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