A ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, decidiu não comparecer à cerimônia de posse de Donald Trump, programada para a próxima semana. A decisão, confirmada por fontes próximas, seria motivada pelo desejo de evitar uma postura que ela considera hipócrita.

“Ela não é do tipo que finge apenas porque é tradição ou protocolo”, revelou uma fonte em entrevista à revista People. Segundo o relato, Michelle se recusou a “esconder sua desaprovação” ao ex-presidente apenas para manter convenções públicas.

A ausência de Michelle reforça a postura crítica que ela demonstrou ao longo da campanha presidencial de Trump. Na Convenção Nacional Democrata de 2020, a ex-primeira-dama acusou Trump de espalhar mentiras racistas e atacar o legado de Barack Obama.

Embora Michelle tenha optado por se afastar, Barack Obama está confirmado na cerimônia, ao lado de outros ex-presidentes como Bill Clinton e George W. Bush, e suas esposas. O contraste entre a decisão do casal é notável e ocorre dias após Michelle também faltar ao funeral do ex-presidente Jimmy Carter, justificando a ausência com compromissos no Havaí.

O significado do protocolo

No clássico prefácio à obra Paraíso Perdido, C.S. Lewis destacou que os protocolos não são apenas formalidades vazias, mas um reconhecimento de que governantes e ex-governantes estão a serviço de algo maior: o próprio país. Ao cumprir esses rituais, líderes reafirmam que a nação está acima de suas convicções ou diferenças pessoais.

Ao rejeitar essa convenção, Michelle Obama não apenas expressa sua posição, mas subestima a importância simbólica de tais momentos, que transcendem disputas partidárias. Em um cenário polarizado como o dos Estados Unidos, gestos que reafirmam o pacto democrático são mais do que necessários – são imprescindíveis.