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“Mélenchon é uma ameaça contra os judeus”

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Alexandre Borges
5 minutos de leitura 08.07.2024 10:10 comentários
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“Mélenchon é uma ameaça contra os judeus”

Líder judeu francês pede governo moderado sem Mélenchon

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Alexandre Borges
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“Mélenchon é uma ameaça contra os judeus”
Foto: Reprodução

O presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), Yonathan Arfi, fez um apelo aos partidos políticos moderados da França para que formem uma coalizão de governo que exclua o partido de extrema-esquerda La France Insoumise (LFI), liderado por Jean-Luc Mélenchon. Arfi descreveu Mélenchon como uma ameaça à comunidade judaica do país.

Após a segunda rodada das eleições parlamentares, a coalizão de esquerda Novo Front Popular (NFP), que inclui o LFI, emergiu como a força política com mais assentos na Assembleia Nacional. O partido centrista do presidente Emmanuel Macron, Ensemble, e o partido de direita populista, National Rally (RN), ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Nenhuma das coalizões possui maioria suficiente para governar sozinha, exigindo a formação de alianças para a aprovação de legislações.

“Estamos aguardando o resultado das negociações. Não sabemos que tipo de governo teremos”, afirmou Arfi em entrevista ao The Jerusalem Post. “Tudo o que acontecerá a seguir para os judeus depende do governo que será formado”.

O CRIF e outras organizações judaicas na França fizeram campanha contra os extremos políticos, tanto de direita quanto de esquerda, focando agora em impedir a inclusão do LFI na coalizão governamental. “A luta era contra a extrema-direita e a extrema-esquerda”, disse Arfi. “Precisamos conscientizar a esquerda moderada de que não será aceitável estar em uma coalizão com Mélenchon”.

Após o sucesso do NFP, meios de comunicação locais relataram distúrbios da extrema-esquerda na França, com incêndios e fogos de artifício. Grupos anti-Israel compartilharam vídeos de protestos onde bandeiras palestinas eram agitadas. Mélenchon, segundo Arfi, fez de Gaza um dos principais temas de sua campanha, incentivando a violência política para obter seus objetivos.

O líder judeu enfatizou a gravidade da situação: “Mélenchon é uma ameaça contra os judeus”, disse Arfi, acusando LFI e seu líder de fomentar o clima anti-Israel na França e colocar “um alvo nas costas de todos os judeus que apoiam Israel”. Além disso, Arfi descreveu Mélenchon como “a pessoa mais odiada na França” e criticou sua liderança ditatorial no LFI, questionando seu compromisso com os valores democráticos.

Para o presidente do CRIF, a única coalizão possível é democrática e republicana, destacando que o CRIF e outras organizações judaicas continuarão a defender esses valores. Ele alertou que a inclusão de Mélenchon na coalizão dificultaria a situação para os judeus na diáspora, mas afirmou que “não podemos escapar de lutar por nossa identidade judaica”.

A postura rígida do CRIF contra o RN e o LFI visa garantir que a comunidade judaica não seja alvo de mais perseguições. Arfi rejeitou a ideia de que a posição firme do CRIF contra o RN possa aumentar o antissemitismo na direita, ressaltando que os judeus representam uma pequena porcentagem do eleitorado e não podem ser responsabilizados pelo resultado eleitoral.

Ele reconheceu que os judeus vivem um “período muito difícil” na França, mas enfatizou que é necessário manter-se fiel aos valores e continuar lutando contra os extremismos de ambos os lados.

Histórico de Acusações de Antissemitismo contra Mélenchon

As críticas de Arfi a Jean-Luc Mélenchon não são infundadas. O líder do LFI tem um histórico de declarações e posições políticas consideradas antissemitas.

Em 2013, Mélenchon acusou Pierre Moscovici, então ministro da Economia, de não “pensar como francês”, mas sim como “financista internacional”, evocando estereótipos antissemitas sobre banqueiros judeus. Em 2023, ele acusou o presidente do CRIF, Yonathan Arfi, de ser de “extrema-direita”, reacendendo as acusações de antissemitismo.

Além disso, Mélenchon e seu partido são críticos ferozes de Israel, frequentemente condenando suas ações militares e políticas em relação aos palestinos. Após os ataques do Hamas a Israel, Mélenchon se recusou a classificar o Hamas como um grupo terrorista, gerando críticas severas de várias partes do espectro político francês.

Ele também acusou líderes judeus franceses de apoiar cegamente o governo israelense, o que foi visto como uma tentativa de legitimar o terrorismo.

Líderes judeus na França, incluindo Yonathan Arfi, têm expressado preocupação com a inclusão de Mélenchon em qualquer coalizão governamental. A comunidade judaica francesa tem se sentido cada vez mais isolada e vulnerável, especialmente diante do aumento dos incidentes antissemitas no país.

Nas eleições parlamentares de 2024, a coalizão de esquerda Novo Front Popular (NFP), que inclui o LFI de Mélenchon, emergiu como a maior força política na Assembleia Nacional, mas sem maioria absoluta. Isso colocou o presidente Emmanuel Macron em uma posição difícil, tendo que negociar a formação de um governo em um parlamento extremamente fragmentado.

A possibilidade de incluir o LFI em uma coalizão governamental tem sido um ponto de discórdia, com muitos moderados de esquerda e direita se opondo fortemente a essa ideia.

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