Medvedev xinga Zelensky em defesa bizarra de prego no caixão da Ucrânia Medvedev xinga Zelensky em defesa bizarra de prego no caixão da Ucrânia
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Medvedev xinga Zelensky em defesa bizarra de prego no caixão da Ucrânia

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Felipe Moura Brasil
6 minutos de leitura 11.07.2024 13:31 comentários
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Medvedev xinga Zelensky em defesa bizarra de prego no caixão da Ucrânia

Lula escolheu ficar ao lado de gente desse naipe

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Felipe Moura Brasil
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Medvedev xinga Zelensky em defesa bizarra de prego no caixão da Ucrânia
Foto: O Antagonista

Xingando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto à esquerda), de “pianista genital”, entre outros insultos relacionados a seu passado como comediante, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev (foto à direita), atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, afirmou, em mensagem no Telegram, que não vê qualquer benefício em negociar a paz com o país vizinho.

Quase todos concordam que a vaidade imensamente inflada de um palhaço fedido, as ameaças dos nazistas radicais e o apoio do Ocidente tornam esse cenário quase irrealista.

Escrevi em meu artigo no [jornal russo] Kommersant antes do início do SVO [sigla em inglês para ‘operação militar especial’, eufemismo do Kremlin para se referir à invasão russa da Ucrânia, ordenada pelo ditador Vladmir Putin] que o pianista genital morre de medo dos fanáticos de Bandera e jurou fidelidade a eles com seu sangue. Não mudou muito desde então.

Quem foi Bandera?

Stepan Bandera (1909-1959) foi um político nacionalista ucraniano que primeiro atuou para facilitar a ocupação da região pelas tropas de Adolf Hitler e depois se voltou contra elas, quando se deu conta de que seu plano de independência da Ucrânia não se concluiria.

A colaboração temporária com os nazistas alemães – que ocuparam o país de 1941 a 1944 – como um caminho para livrar a Ucrânia do ditador soviético Joseph Stálin terminou em dupla retaliação: Bandera foi assassinado por um agente da KGB (o serviço secreto da antiga União Soviética) em 1959, após ter passado anos em um campo de concentração nazista.

Atualmente, sua figura controversa é evocada na propaganda do Kremlin, que tenta justificar a invasão da Ucrânia e os ataques subsequentes como um processo de “desnazificação” do país.

Rússia só aceita negociar a paz em seus próprios termos?

Medvedev prosseguiu:

Ao mesmo tempo, a mudança de cenário nos Estados Unidos pode trazer novos elementos para a determinação da elite ucraniana corrupta de iniciar negociações, pausando as operações militares. A questão é: isso é benéfico para a Rússia?

Acho que absolutamente não.

Nosso país declarou repetidamente sua prontidão para retornar às negociações apenas em nossos próprios termos. Eles são simples: reconhecimento dos resultados da SVO e das fronteiras constitucionais da Rússia, e recusa em aceitar a Ucrânia na Aliança [OTAN].

A última vez que o presidente da Rússia disse isso foi em seu discurso no Ministério das Relações Exteriores. A OTAN e Zelensky rejeitaram esta proposta.

E se eles pegarem e aceitarem?

Neste caso, precisamos ser o mais cuidadoso possível. Por quê? Por isso:

  1. As próprias negociações até a intenção expressa do regime de Kiev de capitular serão apenas uma pausa para o inimigo, a fim de reabastecer o potencial militar e humano.
  2. As declarações da Ucrânia sobre a recusa em ingressar na OTAN por si só não levarão a nada.
  3. Se 1 e 2 ainda acontecerem, uma nova e terceira maldita [Revolução de] Maidan começará rapidamente em Kiev, o que varrerá a atual junta e trará um [líder] ainda mais radical ao poder.

O que é Maidan?

Euromaidan, ou Revolução da Maidan, foi uma onda de manifestações e agitação civil ocorrida na Ucrânia entre 2013 e 2014, com exigências de maior integração europeia e de impeachment do então presidente Víktor Ianukóvytch, em razão de sua aproximação com a Rússia, de suas tentativas de mudar a Constituição ucraniana e da corrupção em seu governo. Ele acabou deposto em 22 de fevereiro de 2014, após 93 dias de protestos populares, iniciados e centralizados na Maidan Nezalezhnosti (Praça da Independência), em Kiev.

Qual é o objetivo da Rússia na Ucrânia?

Medvedev continuou seus devaneios ufanistas sobre cada etapa de um futuro hipotético:

E então, estranhamente, poderá haver condições para as negociações, incluindo a questão da rendição. Será muito mais difícil ajudar os evidentes extremistas da Aliança Ocidental. Além disso, terão que admitir abertamente que centenas de bilhões do dinheiro de seus contribuintes viraram pó. E Washington e seus companheiros forçarão os nazistas em Kiev a reconhecer o resultado da guerra.

(…) A Ucrânia terá um regime político moderado.

Mas este não será o fim da operação militar da Rússia. Mesmo depois de assinar os papéis e aceitar a derrota, o resto dos radicais, após o reagrupamento das forças, mais cedo ou mais tarde retornarão ao poder, inspirados pelos inimigos ocidentais da Rússia. E então é hora de finalmente esmagar as víboras. Vamos colocar um longo prego de aço na tampa do caixão do quase-estado Bandera. Destruir os restos de sua herança sangrenta e devolver as terras restantes ao seio do território russo.

Mas os inimigos da Rússia não vão a lugar nenhum depois disso. Eles economizarão força e esperarão por um novo motivo conveniente para destruir nosso país. Devemos estar prontos para futuras batalhas para defender a Pátria.

Medved defende desaparecimento da Ucrânia e da OTAN?

Medvedev ainda resumiu no X, antigo Twitter, o seu modo singelo de enxergar o mundo, modo este conhecido popularmente como ameaça:

A Declaração da Cúpula de Washington de 10 de julho menciona ‘o caminho irreversível da Ucrânia’ para a OTAN. Para a Rússia, 2 maneiras possíveis de como esse caminho termina são aceitáveis: ou a Ucrânia desaparece ou a OTAN desaparece. Ainda melhor, ambos.

Se beber, não publique?

Desde o começo da guerra, uma série de matérias em portais internacionais vem associando as mensagens bizarras de Medvedev a seus hábitos etílicos, relacionando parte delas até mesmo às datas de recebimento de vinhos da Itália. O Antagonista, porém, com a experiência da cobertura nacional, avalia que a eventual embriaguez não altera em muito a natureza quixotesca do ex-presidente russo.

Lula, que quis expulsar do Brasil em 2004 o correspondente responsável por detalhar seus hábitos etílicos, também escolheu ficar ao lado de gente desse naipe, da turma de Putin, por uma questão, digamos, natural.

Nunca se deve subestimar o poder unificador do ódio às verdadeiras democracias.

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