Médicos sul-coreanos em greve enfrentam ultimato do governo
A Coreia do Sul está em meio a uma greve de médicos em protesto contra o plano do governo de aumentar o número de vagas de medicina.
Na segunda-feira (26) deste mês, o governo da Coreia do Sul emitiu um ultimato aos médicos residentes que estão em greve em vários hospitais do país: eles têm até o final de fevereiro para retornar ao trabalho ou enfrentarão medidas punitivas.
Protesto dos médicos já dura uma semana
A greve de uma semana já interrompeu vários serviços em hospitais em todo o país. Cerca de dois terços dos médicos residentes e internos abandonaram seus postos em protesto contra o plano do governo de aumentar o número de estudantes admitidos na faculdade de medicina. De acordo com as autoridades, tal ação tem por objetivo enfrentar a carência de profissionais de saúde, situação prevista para piorar em uma das sociedades que mais envelhecem no mundo.
Serviços hospitalares interrompidos causam problemas aos pacientes
A greve forçou os hospitais a recusar pacientes e a cancelar procedimentos médicos. No início de uma reunião de força-tarefa, o ministro da segurança Lee Sang-min disse: “Considerando a gravidade da situação, o governo faz o último apelo. O caos está se instalando nos hospitais e os serviços de emergência estão em uma situação perigosa.”
Ele também fez um apelo aos médicos para voltarem aos hospitais que deixaram até o dia 29 de fevereiro, garantindo que não seriam responsabilizados pelos acontecimentos passados. O ministro pediu aos médicos que lembrassem que suas vozes seriam ouvidas com mais eficácia estando ao lado dos pacientes.
Consequências das greves médicas
O governo já havia alertado anteriormente que poderia tomar medidas legais contra médicos que não cumprissem a ordem de retorno ao trabalho, incluindo processo judicial, possível prisão e revogação de suas licenças médicas. No entanto, os médicos grevistas afirmam que o governo deveria se concentrar primeiro em melhorar as condições de trabalho e salários antes de tentar aumentar o número de médicos.
O vice-ministro da saúde, Park Min-soo, disse que aqueles que não voltassem ao trabalho até 1º de março enfrentariam uma suspensão mínima de três meses de suas licenças médicas, além de outras ações legais.
Opinião pública sobre o assunto
Embora os médicos mais velhos e profissionais autônomos não tenham aderido à greve, eles têm realizado manifestações pedindo ao governo que abandone seu plano de aumentar as cotas de escolas de medicina. Pesquisas revelaram que o plano tem amplo apoio público, independente da filiação política. De acordo com uma recente pesquisa da Gallup Korea, cerca de 76% dos entrevistados aprovaram o plano.
Próximos passos para o governo
Como parte de uma série de planos de políticas para melhorar os serviços médicos, o governo disse que aumentará o número de novos estudantes de medicina em 2.000 por ano e ampliará a proteção legal contra processos de negligência e processos judiciais. O governo também planeja incentivar os médicos a praticarem especialidades essenciais, como pediatria e cirurgia geral, e em áreas regionais onde a escassez de médicos é maior.
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