Marine Le Pen critica as “lições de moral” de Kylian Mbappé
“Essas pessoas que têm a sorte de viver bem, muito bem até, de estarem protegidas da insegurança, da pobreza, do desemprego... acho que deveriam manter uma forma de reserva”, declarou a política francesa
Marine Le Pen criticou as “lições de moral” do capitão da seleção francesa de futebol Kylian Mbappé, que, em uma coletiva de imprensa, havia comentado o resultado do primeiro turno das eleições legislativas como desastroso, apelando aos franceses para votarem certo no segundo turno.
“Acho que agora mais do que nunca é crucial ir votar. Não podemos deixar o nosso país nas mãos destas pessoas. É urgente. Vimos os resultados, foram desastrosos. Esperamos realmente que isto mude e que todos se mobilizem para votar e escolher o lado certo”, disse o jogador.
Em entrevista ao canal americano CNN International, Le Pen retrucou a fala do jogador: “Os franceses estão cansados de receber lições de moral, de receber instruções de voto. Kylian Mbappé é sem dúvida um jogador de futebol muito bom”, admitiu Marine Le Pen, ela própria “muito pouco interessada em futebol”. Mas “esta tendência de atores, jogadores de futebol e cantores virem dizer aos franceses em que devem votar está começando a ser muito sentida no nosso país”, acrescentou.
Principalmente quando são “milionários ou mesmo bilionários que vivem no estrangeiro” que se dirigem “a quem ganha 1300, 1400 euros por mês”, sublinhou. “Essas pessoas que têm a sorte de viver bem, muito bem até, de estarem protegidas da insegurança, da pobreza, do desemprego… acho que deveriam manter uma forma de reserva”, declarou a política francesa.
Os franceses vão às urnas
A três dias do segundo turno das eleições legislativas, tudo indica que a taxa de participação se manterá alta. De acordo com a última onda da pesquisa Ifop-Fiducial, 68% dos eleitores registrados votarão no segundo turno neste domingo, ou 1,3 ponto a mais que na semana passada. No primeiro turno a abstenção já tinha caído para o nível mais baixo desde 1997.
Os franceses, massivamente mobilizados num contexto político dividido em três blocos, também podem assistir a um aumento significativo de temas políticos nas redes sociais, um fenômeno que ajuda a colocar as eleições no centro dos debates.
Desde 9 de junho foram publicadas mais de 23 milhões de publicações sobre as eleições legislativas, segundo a ferramenta de monitorização Visibrain. Foi mesmo observado um pico na noite do primeiro turno, com 18% de mensagens relacionadas com os resultados eleitorais.
Isso pode aumentar mais a participação dos jovens. 57% dos menores de 25 anos foram às urnas no último domingo, um aumento espetacular de 26 pontos em relação a 2022.
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