María Corina denuncia cerco de Maduro à Embaixada da Argentina
Ditadura venezuelana retirou custódia do Brasil sobre edifício que abriga seis membros da oposição em Caracas
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado (foto), se manifestou neste sábado, 7 de setembro, contra o regime de Nicolás Maduro por revogar unilateralmente a custódia diplomática do Brasil sobre a Embaixada da Argentina em Caracas, onde seis pessoas ligadas à oposição estão asiladas.
“Alertamos o mundo sobre as consequências que as violações destas normas podem acarretar para o nosso país e para toda a região”, afirmou María Corina em comunicado divulgado no X.
“Pedimos também às nações democráticas que nos acompanhem e nos forneçam apoio e proteção necessários para todos os ativistas que sofrem assédio e perseguição nessas horas. Da mesma forma, pedimos que tomem as medidas necessárias para emitir salvo-condutos aos nossos colegas, conforme estipulado no direito internacional”, acrescentou.
Machado afirmou que a decisão do governo argentino de conceder asilo diplomático aos seis membros de sua equipe na embaixada, além da decisão do governo brasileiro de proteger os interesses argentinos na Venezuela, foram dados em “estrita adesão ao direito internacional, para garantir a sua proteção e a garantia dos seus direitos humanos”.
“São seis pessoas honradas que, como milhões de venezuelanos, serviram a causa da democracia e da liberdade de maneira corajosa e impecável”, afirmou sobre os opositores refugiados Magalli Meda, Pedro Urruchurtu, Omar González, Claudia Macero, Humberto Villalobos e Fernando Martínez Mottola.
Ela disse ainda que “as alegadas e absurdas acusações contra eles, além das decisões unilaterais do regime venezuelano, violando acordos internacionais sobre asilo diplomático e imunidade das missões diplomáticas, representam uma grave ameaça”.
A ditadura de Maduro, como publicamos, afirmou ter revogado a custódia por ter provas de que as instalações da embaixada argentina estavam sendo usadas pelos asilados para “planejar atividades terroristas e tentativas de assassinato” contra Maduro. O regime, porém, não apresentou nenhuma prova.
“A Venezuela é obrigada a tomar esta decisão motivada pelas provas disponíveis sobre a utilização das instalações dessa missão diplomática para o planejamento de atividades terroristas e tentativas de assassinato contra o Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, e contra a Vice-Presidente Executiva, Delcy Rodríguez Gómez, pelos fugitivos da justiça venezuelana que permanecem no interior”, afirma a ditadura chavista.
O Itamaraty entende que o edifício ainda está sob proteção diplomática do Brasil e que cabe à Argentina indicar um país substituto para representá-la na Venezuela.
Como mostramos, as forças da Venezuela impuseram um cerco à Embaixada da Argentina em Caracas. Segundo os seis opositores asilados no local, homens encapuzados cercaram a embaixada na noite de sexta-feira.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram veículos das forças de segurança com as sirenes ligadas nos arredores do prédio. Os seis dissidentes estão abrigados na embaixada e podem ser presos se deixarem o local.
“Patrulhas do Sebin (Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência) e do DAET (Corpo Nacional Bolivariano de Polícia), juntamente com oficiais encapuzados e armados, cercam e sitiam a Residência Argentina em Caracas, sob custódia e proteção do governo brasileiro. 6 de setembro às 20h30 [horário local]”, afirmou Pedro Urruchurtu, coordenador internacional da líder opositora María Corina Machado, em publicação no X.
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