Maria Corina buscará transição pacífica e unificação da Venezuela
“Para que haja uma guerra tem que haver um inimigo. O país foi unificado. Esta tese do inimigo interno foi desmantelada pelos fatos. Não há inimigo aqui. O país está unido como nunca antes”, disse Maria Corina Machado
A Venezuela vive uma decisiva campanha presidencial. No Palácio Miraflores, sede do Governo, pensaram ter eliminado o obstáculo número um para Nicolás Maduro renovar o seu mandato por mais seis anos.
Eles estavam errados. María Corina Machado (56 anos) cedeu então seu lugar a Edmundo González Urrutia, internacionalista aposentado e pouco conhecido fora de seu círculo de amigos.
O fato de Machado ter tocado seu ombro e percorrido toda a Venezuela ao seu lado o tornou muito popular, tanto que as pesquisas mais confiáveis o colocam claramente acima de Maduro. A mulher que idealizou este plano ameaça a continuidade de 25 anos de revolução bolivariana.
As pesquisas sérias estão todas alinhadas numa diferença esmagadora a favor de Edmundo González. Trata-se de uma diferença que já chega quase a 40 pontos. E isso se vê não apenas nas pesquisas, mas também pode ser verificado pelo entusiasmo popular nas ruas. Há uma energia sem precedentes a favor da vontade de mudança.
Apesar de tudo o que o regime de Maduro tem feito em termos de violência e sabotagem contra a oposição, os adversários da ditadura acreditam que as pessoas vão sair massivamente para votar e que irão vencer.
Transição pacífica?
O resultado das eleições de 28 de Julho será decisivo para muitas gerações de venezuelanos. Segundo Maria Corina Machado, esta é a oportunidade de fazer uma transição pacífica. Em entrevista ao jornal El País, ela assegurou que ela e Edmundo estão “dispostos a avançar num verdadeiro processo de negociação para fazer uma transição pacífica”.
Há, no entanto, muitos obstáculos para que uma transição pacífica se realize quando se trata de uma ditadura que não tem desapego nenhum ao poder.
Em um cenário no qual se confirmasse a vitória de Edmundo González é difícil imaginar como se comportará Maduro durante os seis meses que seguirá controlando as instituições, uma vez que a transferência de poder ocorreria apenas em 10 de janeiro de 2025.
As forças armadas
Segundo Corina Machado, muitos representantes das forças armadas “brilham os olhos diante da possibilidade iminente de um processo de mudança profunda e de reunificação familiar. Eles também têm filhos e irmãos, são testemunhas do saque do país e da violação dos direitos humanos. Eles são muito claros sobre esta violência e ameaça de Maduro”.
A líder da oposição afirma ainda que o país já foi unificado: “Para que haja uma guerra tem que haver um inimigo [Maduro foi gravado dizendo a uma família que se a oposição ganhasse haveria um conflito armado]. O país foi unificado. Esta tese do inimigo interno foi desmantelada pelos fatos. Não há inimigo aqui. O país está unido como nunca antes”.
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