Mais de 60% dos universitários judeus se sentem menos seguros
A pesquisa revelou que uma parcela significativa dos alunos encontrou linguagem antissemita, ameaçadora ou depreciativa em relação a judeus durante esses protestos
A recente pesquisa divulgada pela Hillel International joga luz sobre um problema crescente nas universidades dos Estados Unidos: mais de 60% dos estudantes judeus se sentem menos seguros em seus campi devido a protestos pró-Palestina, frequentemente marcados pelo antissemitismo.
A pesquisa, conduzida pelo grupo Benenson Strategy, entrevistou 310 estudantes judeus, revelando que uma parcela significativa encontrou linguagem antissemita, ameaçadora ou depreciativa em relação a judeus durante esses protestos. Além disso, 58% dos estudantes em universidades com acampamentos políticos atribuem sua sensação de insegurança diretamente a essas manifestações.
Adam Lehman, presidente da Hillel International, frisou que todos os estudantes merecem um ambiente educacional livre de interrupções e ódio. “É imperativo que as universidades atuem para remover esses acampamentos e restaurar um clima de segurança e respeito mútuo no campus”, declarou.
Esses protestos, embora possam ser amparados pela liberdade de expressão, cruzam uma linha civilizatória quando perpetuam o ódio ou incitam a violência contra qualquer grupo étnico ou religioso.
Ataques a estudantes judeus acionam alertas sobre segurança e antissemitismo nos ambientes acadêmicos
Desde o ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel, as universidades nos Estados Unidos têm testemunhado um alarmante aumento nos incidentes de antissemitismo.
A Liga Antidifamação (ADL) reporta um crescimento em agressões, intimidações e assédios contra estudantes judeus, frequentemente perpetrados por seus próprios colegas de campus. Esses eventos têm desencadeado uma busca urgente por apoio e ferramentas para combater o ódio e educar a comunidade acadêmica sobre inclusão e respeito mútuo.
A campanha “Não No Meu Campus” da ADL pede que universidades e faculdades assegurem uma política de tolerância zero ao antissemitismo. Este movimento responde ao que a ADL descreve como uma série de violações dos códigos de conduta estudantil que frequentemente não resultam em consequências significativas para os infratores.
O apelo é claro: as administrações dos campi devem implementar e fazer cumprir códigos de conduta, assegurando que as normas contra assédio e discriminação sejam respeitadas, sob pena de sérias consequências.
A ADL enfatiza que, embora a liberdade de expressão seja um pilar da democracia americana, ela não impede que universidades respondam apropriadamente ao discurso de ódio antissemita, garantindo um ambiente de aprendizado seguro para todos.
Aumento alarmante de incidentes e a resposta necessária
Entre 7 de outubro e 18 de dezembro, a ADL contabilizou 2.513 incidentes antissemitas nos EUA, um aumento de 323% em relação ao ano anterior. Só em campi universitários, foram registrados 470 casos.
Este aumento drástico nos incidentes, muitos ligados ao conflito entre Israel e Hamas, inclui assédio com motivações antissemitas e manifestações que, em alguns casos, evoluíram para violência física.
Carta aberta aos presidentes de universidades
A ADL enviou uma carta aberta aos presidentes de universidades, exortando-os a aproveitar o período de recesso para revisar e fortalecer as políticas do campus, preparando um retorno seguro para 2024.
Espera-se que as instituições de ensino comuniquem claramente sobre as expectativas de comportamento da comunidade acadêmica e garantam que as violações sejam tratadas com a seriedade devida.
Esta crise destaca a responsabilidade das instituições de ensino superior de proteger seus estudantes e manter um ambiente de respeito e segurança. A resposta das universidades não só definirá a segurança em seus campi, mas também o compromisso com os valores fundamentais de justiça e igualdade.
Antissemitas hostilizam Seinfeld em universidade de elite (oantagonista.com.br)
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