Mãe de refém morto por engano questiona punição de militares
Iris Haim, mãe do falecido Yotam, expressa preocupação com a mensagem enviada ao mundo após demissão de oficiais das FDI
Iris Haim, mãe de Yotam Haim, refém sequestrado pelo Hamas e morto acidentalmente pelas Forças de Defesa de Israel, compartilhou em sua conta no Facebook uma carta dirigida ao Chefe de Estado-Maior, Herzi Halevi.
No texto, Iris questiona a decisão de demitir dois oficiais após um incidente que resultou na morte de trabalhadores da World Central Kitchen em Gaza, levantando preocupações sobre o impacto dessa ação na imagem internacional de Israel.
Iris relembra a trágica perda de seu filho em 15 de dezembro de 2023, destacando como a família Haim optou por não atribuir culpa aos soldados ou comandantes envolvidos, entendendo os riscos e as tragédias como parte inerente de um cenário de guerra. Em vez disso, a família buscou fortalecer o moral das FDI, enfatizando a importância da continuidade do combate para alcançar a vitória.
A preocupação de Iris se amplia ao questionar o tratamento diferenciado dado a cidadãos estrangeiros mortos acidentalmente pelas FDI, contrastando com a falta de ação ou condolências nos casos de cidadãos israelenses, como seu filho, que também possuía cidadania polonesa. Ela critica a aparente mensagem de que a vida de cidadãos israelenses possa ser considerada menos valiosa que a de estrangeiros, especialmente quando não se observa uma reação semelhante de líderes internacionais.
Por fim, Iris apela ao Chefe de Estado-Maior para reconsiderar a demissão dos oficiais, buscando reforçar a unidade e o respeito pelas FDI e pela sociedade israelense. Ela defende a importância de uma postura que valorize igualmente a vida de todos os cidadãos e soldados, independentemente da nacionalidade, e que reconheça os desafios enfrentados pelas forças armadas em tempos de conflito.
Perdão e compreensão
Iris Haim, enfermeira de 57 anos, enfrentou a dor inimaginável da perda de seu filho, Yotam, de 28 anos, sequestrado e morto acidentalmente por soldados israelenses durante um conflito em Gaza. A tragédia, que reverberou em toda Israel, não gerou em Iris sentimentos de raiva ou desejo de vingança. Em vez disso, ela escolheu o caminho do perdão e da compreensão, tornando-se um símbolo de resiliência e compaixão no país.
O sequestro de Yotam pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023, durante um ataque ao kibutz Kfar Aza, foi apenas o início de um calvário para a família Haim. Após dias de angústia, veio a notícia devastadora: Yotam, junto com outros reféns, foi morto por engano por soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI), que confundiram o grupo com combatentes inimigos. A confirmação veio após uma intensa busca, marcada pela última troca de mensagens angustiantes entre mãe e filho, onde Yotam expressava seu medo.
Após a confirmação da morte de Yotam, Iris optou por uma postura surpreendente. Em um vídeo que viralizou, ela manifestou compreensão pela situação complexa enfrentada pelos soldados, enfatizando que não guardava rancor e que amava e admirava as tropas israelenses. Sua atitude não apenas demonstrou uma capacidade extraordinária de perdão mas também ressaltou o valor da vida humana em meio ao caos da guerra.
Iris Haim, especialista em cuidados paliativos, agora usa sua experiência profissional e pessoal para oferecer apoio a outros enfrentando desafios semelhantes. Com projetos em memória de Yotam e conferências tanto em Israel quanto no exterior, ela busca não apenas honrar a memória de seu filho mas também ajudar as pessoas a superar adversidades, seguindo o legado de força e liberdade que Yotam deixou.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)