“Maduro ordena sequestro de Corina”, alerta ex-prefeito de Caracas
Exilado em Madri, Antonio Ledezma afirmou ter recebido a informação de que os policiais tentarão prender María Corina Machado, líder da oposição venezuelana
Antonio Ledezma, ex-prefeito de Caracas perseguido pelo regime chavista, acusou nesta terça-feira, 30, a ditadura de Nicolás Maduro de ter ordenado o “sequestro” de María Corina Machado, líder da oposição venezuelana.
No X, antigo Twitter, o opositor exilado em Madri, na Espanha, afirmou que os policiais tentarão prendê-la, assim como a outras lideranças do comando de campanha.
“Urgente… alerta…
Maduro ordena sequestro de María Corina Machado
Recebemos informações da Venezuela de que policiais tentarão prendê-la, assim como outros líderes do comando de campanha. Esta é uma ditadura que age sem consideração quando se trata de violação dos direitos humanos.
Os cidadãos protestam com base no seu legítimo direito de exigir o reconhecimento da vitória obtida pelo presidente eleito Edmundo González e por Maria Corina. Eles nada mais fazem do que colocar a sua liderança indiscutível a serviço da canalização pacífica dessa indignação.”
“Queremos que os votos sejam contados e que entreguem as atas verdadeiras”
María Corina Machado afirmou nesta segunda, 29, que o candidato de sua coalizão, o diplomata Edmundo González, venceu a votação de domingo, 28.
“Já temos como provar a verdade… Neste momento, me emociona muito dizer, é que temos 73,20% dos votos [apurados]”, disse María Corina em coletiva de imprensa ao lado de González.
“Com as atas que já temos, Maduro não alcança mais Edmundo ao 100% [da apuração]”, acrescentou.
De acordo com María Corina, com 73% das atas das urnas apuradas, o candidato da oposição teria garantidos 6,2 milhões de votos e Maduro, apenas 2,7 milhões.
No discurso, ela também exigiu que os votos sejam contados e as atas verdadeiras sejam entregues pela ditadura de Maduro.
“À maioria dos países que se manifestaram, a verdade é que agradecemos por se unirem ao clamor dos venezuelanos, mas o que queremos é que os votos sejam contados e que entreguem as atas verdadeiras. As que eles publicaram, porque essas atas foram publicadas por eles. Nós, como é nosso direito, as recolhemos, mas estas são atas publicadas pelo próprio CNE. E obviamente nos agrada que exista um alinhamento absoluto em solicitar que as atas sejam conhecidas em detalhes e minuciosamente, inclusive pelas Nações Unidas (ONU).
Por outro lado, em relação às agressões ou ameaças, olha, são 25 anos de ameaças e perseguição; 25 anos dizendo às mães venezuelanas que vão tirar uma cesta básica se elas não abaixarem a cabeça diante do regime. Ao funcionário público, que vão tirar seu emprego se não se vestir de vermelho, comparecer às suas marchas ou votar neles. São 25 anos perseguindo todos os venezuelanos por pensarem diferente, ou silenciar a mídia por dizer a verdade. E acontece que o país se cansou, disse ‘chega’ e perdeu o medo. E foi isso que vimos ontem. Então suas ameaças já não enganam mais. Pelo contrário, lembram aos venezuelanos uma das razões pelas quais estamos lutando, que é poder viver com dignidade e liberdade. Acho que é importante mencionar que nestes 73% de atas, os votos que elas incluem são para Nicolás Maduro: 2.759.256; e para Edmundo González Urrutia: 6.275.182.”
Denúncias contra os opositores de Maduro
Como mostramos, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou os opositores Lester Toledo, Leopoldo López e María Corina Machado de envolvimento no “ataque ao sistema de transmissão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)”, narrativa usada pela ditadura de Nicolás Maduro para acobertar a paralisação da contagem de votos, na farsa eleitoral da Venezuela.
“Esses três aparecem como os principais responsáveis por esta ação que estou denunciando”, declarou Saab, outrora chamado por Hugo Chávez de “poeta da revolução” e atualmente líder de uma campanha de repressão contra críticos do regime, incluindo ordens de prisão sob alegações de traição da pátria e conspiração.
Durante um pronunciamento nesta segunda-feira, 29, Saab encampou a narrativa de Nicolás Maduro. Logo no início da sua fala, o membro do Ministério Público pediu um “forte aplauso” a Nicolás Maduro por “ter logrado esta reeleição com base no que estabelece a Constituição e a Lei.”
Leia mais: PGR da Venezuela usa narrativa de sabotagem para acusar oposição a Maduro
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