Maduro enfrentará pressão ‘inimaginável’ se prender opositores, dizem os EUA
Embaixador americano na OEA fez advertência um dia depois de o MP venezuelano abrir "investigação" contra María Corina e Edmundo González
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), enfrentará uma pressão internacional “inimaginável” se prender o ex-diplomata Edmundo González e a líder oposicionista María Corina Machado.
A advertência foi dada nesta quinta-feira, 7 de agosto, pelo embaixador dos EUA na Organização dos Estados Americanos, Francisco Mora, um dia depois de o Ministério Público venezuelano —controlado pelo chavismo— anunciar que abrira uma “investigação” sobre María Corina e González.
Candidato da oposição na eleição presidencial de 28 de julho, González venceu o pleito, escandalosamente fraudado pelo regime de Maduro: o Conselho Nacional Eleitoral, também chavista, anunciou a “vitória” do ditador sem ter entregado as atas eleitorais até hoje.
A vitória do ex-diplomata foi confirmada não apenas pela oposição, que guardou e divulgou na internet as atas que obteve, mas por entidades independentes como o Centro Carter —que ainda negou a alegação de “ataque hacker” feita pelo chavismo.
Supremo chavista
“Se Maduro decidir fazer isso [prender seus opositores], ativará a comunidade internacional de formas que ele não poderia imaginar, e acho que seus esforços para dividir a comunidade internacional fracassarão”, disse o embaixador americano na OEA durante um evento no Atlantic Council, centro de estudos com sede em Washington, nesta quinta.
“Acho que seria um passo que poderia mobilizar ainda mais a comunidade internacional, incluindo aqueles que de alguma forma simpatizam e não querem agitar demais a situação na Venezuela”, acrescentou Francisco Mora.
O ditador venezuelano pediu a detenção de María Corina e de González ao mesmo tempo em que recorreu à Sala Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), também inteiramente alinhado ao regime, para que o órgão certifique sua vitória nas eleições.
Sem ação concreta
Na prática, apesar de o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também ter reconhecido a vitória eleitoral de González, a gestão Joe Biden ainda não tomou medidas concretas contra Caracas.
Ao mesmo tempo, segundo Mora, o governo americano quer dar a Brasil, Colômbia e México, alegadamente empenhados em mediar a crise venezuelana, “espaço e oportunidade para trabalhar e encontrar um caminho para avançar”.
O embaixador na OEA, no entanto, acrescentou que a questão é uma prioridade para os EUA e que “o povo venezuelano não será abandonado”.
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