Maduro diz ter prendido mais de 2 mil pessoas
Ditador venezuelano afirma que as pessoas detidas receberão a “punição máxima”
O ditador Nicolás Maduro (foto) disse neste sábado, 3 de agosto, que mais de 2 mil pessoas já foram presas nos protestos contra a farsa eleitoral na Venezuela e que elas receberão a “punição máxima”. Afirmou ainda que não haverá perdão, “desta vez o que haverá é o Tocorón”, em referência ao presídio venezuelano.
Ele também acusou a oposição de ter contratado supostos grupos da “nova geração” e disse que manifestantes foram treinados no exterior.
“Foi comprovado que 80% dos quase 2 mil capturados participaram de atos de vandalismo. Eles os treinaram nos Estados Unidos, Peru e Chile.”
Maduro afirmou ainda que a “direita” lançou uma emboscada preparada há 11 meses, “querem dizer ao mundo que houve uma insurreição, queriam também intimidar as pessoas comuns, para que não saíssem para defender o seu direito à paz”.
“Essa é a verdade. Quando não participam nas eleições, apelam à sabotagem e à conspiração. Já vimos esse filme e sabemos o final do filme: os mocinhos vencem. Vamos vencer com mais força. Esta é a terceira temporada, a extrema direita foi derrotada.”
O isolamento da Venezuela se intensificou com o reconhecimento da vitória do opositor Edmundo González por países como Estados Unidos, Peru, Argentina, Uruguai, Equador e Costa Rica. Todos esses países rejeitaram o resultado anunciado pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela, que declarou Maduro vencedor com 51% dos votos contra 44% de González.
Em seu discurso neste sábado, Maduro se manifestou sobre os Estados Unidos, que reconheceram a vitória de Edmundo González na eleição presidencial da Venezuela.
“Os setores extremistas não regressarão por bons ou maus meios. Ontem os Estados Unidos disseram que os registros que possuem indicam que a direita venceu. Somos uma colônia gringa? Eles querem impor novamente a triste história de Guaidó”, acrescentou.
Até o momento, a Venezuela não apresentou as atas eleitorais, apesar da pressão internacional. A oposição, por sua vez, afirma ter tido acesso a esses documentos e publicou o que diz serem as atas oficiais em um site, declarando González como vencedor com 67% dos votos, contabilizados em 80% das mesas de votação.
Maduro profana Bíblia para não exibir atas
Para legitimar a falta de divulgação das atas de votação de domingo, 28 de julho, na Venezuela, o ditador Nicolás Maduro leu na Bíblia, na quinta-feira, 1 de agosto, uma fala de Jesus Cristo sobre a necessidade de São Tomé de vê-Lo de perto após a crucificação para crer na ressurreição relatada por outros discípulos.
“Bem-aventurados os que não viram, e creram”, disse Maduro, citando Jesus. “Felizmente, a maioria acreditou e nós vencemos”, emendou, fazendo-se de filho de Deus.Depois, o ditador alegou novamente que havia atribuído à oposição o “banho de sangue” que ele havia prometido em caso de derrota eleitoral e saudou também aqueles que, segundo ele, “agora, sim, viram” do que os “fascistas” são capazes.
Em mais uma amostra de sua indisposição para deixar o poder, declarou ainda que eles “nunca mais” voltarão. “Jamais.”
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