Maduro consumou um golpe de estado, afirma González
Presidente eleito prometeu retornar à Venezuela para assumir o governo
O presidente eleito da Venezuela, Edmundo González Urrutia, gravou um pronunciamento pela primeira vez após a posse do ditador Nicolás Maduro nesta sexta-feira, 10.
Em discurso de quatro minutos, González afirmou que “Maduro violou a Constituição e a vontade soberana dos venezuelanos, expressada em 28 de julho com um golpe de Estado, se autoproclama ditador.”
Segundo González, a sua legislatura representa a vontade de oito milhões de venezuelanos e de outros milhões que vivem fora do país:
“Sigo trabalhando para o meu regresso a Venezuela e assumir, como manda a Constituição – e me ordena o povo – a presidência da República e como comandante-chefe da como da Força Armada Nacional. Represento a vontade de 8 milhões de venezuelanos dentro do país e de milhões de compatriotas que foram impedidos de votar fora do país. E tenho o dever de defender o compromisso.“
O presidente eleito afirmou que nenhum governo democrático apoia Maduro, exceto “os ditadores de Cuba, Congo e Nicarágua.“
Entrada no país
González disse estar “muito perto” da Venezuela e pronto para entrar em um momento “propício”:
“Como disse María Corina Machado [lider da oposição], a decisão de fechar a fronteira e colocar aviões militares que cuidam do espaço aéreo buscava fazer comigo, no ar, o que fizeram ontem com nossa líder onde lamentavelmente resultou em um homem inocente ferido“.
Isso só fala de sua covardia, de sua ausência de escrúpulos. Mas em breve, muito em breve, mesmo que eles façam o que fazem, vamos ter sucesso na entrada da Venezuela e colocaremos um fim a esta tragédia.“
Segundo o presidente, a comunidade internacional “segue lutando de pé“:
“Seguiremos coordenando com essa comunidade democrática internacional, que responderam ao nosso chamado, e que seguem de pé lutando com a gente. Só no dia de hoje, nós recebemos o reconhecimento de Israel, tiveram sanções em nível multinacional e os apoios seguem crescendo.
A nossos amigos democráticos, muito obrigado.”
Alto comando militar
González mandou um recado aos militares que acatam as decisões de Maduro.
“Como comandante-chefe, ordeno ao alto comando militar que descumpram ordens ilegais que sejam dadas por quem confisca o poder e preparem minhas condições de segurança para assumir o cargo de presidente da República, que me confiou a soberania popular.
Os soldados, nossa força armada nacional, são parte do mesmo povo e devem me obedecer.”
Leia mais: “Exército venezuelano jura lealdade a Maduro“
Recado
“Nosso pai libertador nos inspirou o espírito de luta e de sacrifício pela liberdade.
A liberdade sempre derrota a tirania.
Expresso meu agradecimento aos governos que me reconhecem como presidente eleito. Aos que não, recordo a vocês que, nesta hora grave, na luta pela liberdade, não há espaço para a neutralidade.
Glória ao bravo povo!”, concluiu.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)