Maduro compara tribunais brasileiros aos venezuelanos
"Os tribunais superiores, os tribunais supremos e a institucionalidade de grandes países como o México e o Brasil garantiram o funcionamento da democracia. É assim que deve ser. E se assim é por lá, que também seja por aqui", disse o ditador venezuelano
O ditador Nicolás Maduro comparou as ações dos tribunais brasileiros e venezuelanos, durante uma transmissão televisiva.
“No Brasil, houve eleições. Ganhou o presidente Lula e o presidente em função, Jair Bolsonaro, seguindo o roteiro da extrema direita se recusou a reconhecer o triunfo e tentou sabotar o processo. O processo foi ao máximo da justiça do Brasil, que proferiu e ratificou a vitória do presidente Lula da Silva”, afirmou Maduro.
Em seguida, Maduro comparou maliciosamente a intentona golpista bolsonarista e os atos de vandalismo do 8 de janeiro de 2023, que ocorreram no Brasil, com as manifestações legítimas, democráticas e pacíficas do povo venezuelano e concluiu:
“Os tribunais superiores, os tribunais supremos e a institucionalidade de grandes países como o México e o Brasil garantiram o funcionamento da democracia. É assim que deve ser. E se assim é por lá, que também seja por aqui. Constituição, lei, ordem e justiça.”
Contraprotestos
No último sábado, milhares de pessoas saíram às ruas em mais de 300 cidades de todo o planeta para pedir que sejam respeitados os verdadeiros resultados das eleições de 28 de julho no seu país.
Em uníssono de “liberdade” e cantando o hino nacional, os cidadãos do país caribenho atenderam ao apelo da líder da oposição María Corina Machado e lotaram ruas e praças de cidades de todos os cantos do planeta.
Após as manifestações bem-sucedidas do “Grande Protesto Global pela Verdade na Venezuela”, organizadas pela oposição, o regime de Maduro anunciou um “contraprotesto”
No discurso em que anunciou o seu contraprotesto, Maduro aproveitou para atacar a oposição e, especialmente, Edmundo González Urrutia, o verdadeiro vencedor das eleições de 28 de julho, a quem acusou de estar “escondido” por não ter estado presente nos protestos.
“Onde está escondido Edmundo González Urrutia? Saia da sua caverna Guaidó 2.0”, disse ele. “Por que ele não mostra a cara? Ele não venceu?”, acrescentou o líder do regime. “Será que ele ganhou um sorteio para se esconder em uma caverna… ele está preso em uma caverna”, afirmou.
“Ele está preparando sua fuga da Venezuela. Edmundo González Urrutia pega as passagens e parte para Miami. Que líder tremendo eles tinham”, disse o ditador.
Transição pacífica
González Urrutia, que venceu as últimas eleições na Venezuela, mas teve sua vitória negada pelo regime, comentou a possibilidade de “uma transição pacífica” na Venezuela.
Já foram detidas milhares de pessoas e dezenas foram assassinada durante os protestos pós-eleitorais, após a fraude eleitoral de Maduro.
‘Apesar das ameaças e da repressão, os venezuelanos exigem respeito pela sua vontade. A força bruta e a linguagem do ódio não impedirão a nossa decisão de iniciar uma transição pacífica”, disse González Urrutia na rede social X.
“A todos os venezuelanos que se mobilizaram em cada bairro, aldeia e cidade levantando a voz, a minha mensagem e a minha palavra de encorajamento. Somente juntos conseguiremos respeitar a vontade expressada por mais de 7 milhões de pessoas em 28 de julho”, disse González Urrutia.
González Urrutia também criticou que o regime de Maduro, em vez de “preparar-se democraticamente para uma transição pacífica”, tenha decidido “perseguir, prender e assassinar” os venezuelanos que “a única coisa que fizeram foi exigir que a sua maioria fosse respeitada”.
Na sua retórica maldosa, Maduro chegou a responsabilizar González Urrutia pelas mortes registradas durante os protestos, bem como pela “violência criminosa” e “destruição” de locais públicos, escolas e outros locais neste contexto.
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