Macron rejeita indicação da esquerda para premiê da França
Nova Frente Popular havia indicado a economista Lucie Castets para o cargo, depois de mais de 2 semanas de negociação
O presidente da França, Emmanuel Macron (foto), rejeitou nesta terça-feira (23) a nomeação da economista Lucie Castets para o cargo de primeira-ministra do país europeu.
Conforme publicamos mais cedo, a aliança de esquerda Nova Frente Popular, vencedora das últimas eleições legislativas francesas, levou mais de duas semanas de negociações para chegar ao nome de Castets como substituta do premiê demissionário, Gabriel Attal.
Desconhecida do público em geral, Castets é diretora de finanças e compras da cidade de Paris e uma das principais figuras do coletivo “Nossos serviços públicos”, que se opõe resolutamente à política do governo de Macron para o funcionalismo francês.
Trégua olímpica
Nesta terça, em seu primeiro pronunciamento desde a eleição parlamentar, Macron argumentou que “ninguém ganhou” o pleito e que o nome para substituir Attal só deve ser escolhido depois da Olimpíada, que começa nesta sexta (26) na capital francesa, Paris.
Na última segunda (22), durante visita à vila dos atletas olímpicos, o presidente da França se esquivou de perguntas sobre o novo ocupante do cargo de primeiro-ministro alegando que era necessária uma “trégua olímpica e política” durante as competições.
“Até meados de agosto, temos que nos concentrar nos Jogos; a partir de então, em função da evolução destas discussões, caberá a mim nomear um primeiro-ministro”, afirmou Macron nesta terça.
Sem maioria absoluta
No pleito do último dia 7 de julho, a Nova Frente Popular obteve 193 deputados, contra 164 do bloco centrista de Macron e 143 dos direitistas liderados por Marine Le Pen.
Com isso, a NFP ficou longe da maioria absoluta na Assembleia francesa (289 deputados), que obrigaria o presidente a aceitar sua indicação para o cargo de premiê.
Na última quinta (18), Macron conseguiu manter a presidência da Assembleia nas mãos do seu grupo. A deputada Yaël Braun-Pivet, que já ocupava o cargo desde junho de 2022, foi reeleita com os votos de 220 dos 577 deputados da Casa.
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