Luto em Kiev após ataque russo contra hospital pediátrico
O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará uma reunião de emergência sobre a Ucrânia nesta terça-feira, 9, após o ataque mortal russo a um hospital infantil em Kiev
A capital ucraniana, Kiev, observou um dia de luto na terça-feira, 9, após os ataques russos que deixaram pelo menos 27 mortos e devastaram o maior hospital pediátrico do país, um número que corre o risco de aumentar à medida que as pesquisas continuam nos escombros.
O presidente Volodymyr Zelensky informou pela manhã que um total de 38 pessoas foram mortas na segunda-feira e outras 190 ficaram feridas em todo o país, alvo de cerca de quarenta mísseis russos.
Em Kiev, onde várias vagas de bombardeamentos também atingiram pelo menos uma clínica privada e destruíram parcialmente edifícios residenciais em vários bairros, a administração militar relatou 27 mortos, incluindo quatro crianças, e 117 feridos. Oito crianças foram hospitalizadas com ferimentos”, disse o ministro do Interior, Igor Klymenko.
ONU fará reunião de emergência
O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará uma reunião de emergência sobre a Ucrânia nesta terça-feira, 9, após o ataque mortal russo a um hospital infantil em Kiev, anunciou um porta-voz. Esta reunião responde ao pedido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse o porta-voz da ONU, Farhan Aziz.
A ONU considera que existe uma “alta probabilidade” de que o hospital infantil de Kiev tenha sido atingido por “um impacto direto” de um míssil russo, segundo o representante do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos na Ucrânia.
Danielle Bell, chefe da Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia (HRMMU) afirmou que o hospital foi atingido por um míssil de cruzeiro do tipo KH101 “lançado pela Federação Russa”.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas escreveu na rede social X que o chefe de Direitos Humanos da ONU lamenta “os ataques mortíferos de mísseis russos em zonas densamente povoadas. Hospitais femininos e infantis em Kiev foram atingidos. Esses ataques são abomináveis. Aqueles que têm influência devem fazer tudo para garantir que estes ataques parem imediatamente.”
Vale lembrar que, em 2023, duas semanas após o Tribunal Penal Internacional emitir um mandado de prisão contra Vladimir Putin por crimes de guerra, a Rússia se tornou chefe do Conselho de Segurança da ONU.
“A paz é da maior importância”
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse ao presidente russo nessa terça-feira, 9 de julho, que “a paz é da maior importância”, acrescentando que “a guerra não pode resolver problemas”.
“Como amigo, também disse que, para um futuro melhor para a próxima geração, a paz é da maior importância”, disse Modi, falando em hindi, sentado ao lado de Vladimir Putin. “Quando crianças inocentes são assassinadas, quando as vemos morrer, o coração dói e esta dor é insuportável”, declarou.
Kremlin acompanha Otan com “máxima atenção”
O Kremlin indicou na terça-feira, 9 de julho, que acompanha com “máxima atenção” a cimeira da Otan que se abre terça-feira em Washington, porque “a Aliança Atlântica considera a Rússia seu inimigo”.
“É uma aliança que considera a Rússia seu inimigo, seu adversário. Uma aliança que declarou repetidamente abertamente o seu objetivo de infligir uma derrota estratégica à Rússia no campo de batalha. É por isso que acompanharemos com a maior atenção a retórica das conversações que ocorrerão e as decisões que serão tomadas”, declarou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, durante uma coletiva de imprensa.
Nota do Itamaraty
O governo brasileiro divulgou uma nota às 23h28 de segunda-feira, 8, após um dia inteiro em silêncio, devidamente apontado e criticado por O Antagonista, para se pronunciar sobre o bombardeio do hospital infantil Ohmatdyt, em Kiev, capital da Ucrânia. A nota, porém, omitiu que o ataque tem um autor: a Rússia de Vladimir Putin.
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