“Lula deve manter pressão até que Maduro não suporte mais”
O líder opositor venezuelano Edmundo González reitera seu apelo ao petista para que Brasil reconheça que houve fraude na reeleição de Maduro
O líder opositor venezuelano Edmundo González (foto), atualmente exilado na Espanha, reiterou seu apelo ao presidente Lula para que o Brasil reconheça que houve fraude na reeleição de Nicolás Maduro.
Para González, o “foco central é convencer Maduro de que ele deve respeitar a vontade popular”.
“Mas não estamos falando em repetir eleições, os votos estão lá, as atas eleitorais estão lá. Os membros do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) viram as atas, e qualquer pessoa que quiser pode vê-las”, afirmou González em entrevista ao jornal O Globo.
Lula defendeu a realização de novas eleições na Venezuela, possível solução sugerida pelo ex-chanceler Celso Amorim, chefe do Itamaraty paralelo do governo petista.
“Se pudesse dizer algo ao presidente Lula neste momento, diria que mantenha a pressão até que Maduro sinta que não pode suportar mais, até que ele mude sua posição”, acrescentou o líder opositor venezuelano.
Lula propôs em agosto uma “espécie de segundo turno” na Venezuela como se a Justiça e as Forças Armadas venezuelanas não fossem alinhadas à ditadura de Nicolás Maduro e pudessem realizar um processo eleitoral livre de fraudes.
Cobrança sobre a Venezuela
Como mostrou Crusoé, Lula reclamou da cobrança por não ter mencionado a Venezuela, do ditador Nicolás Maduro, em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 24 de setembro.
“Por que eu vou falar da Venezuela? Eu falo o que me interessa falar. O discurso que eu queria fazer [na ONU] era aquele. E foi muito bom discurso”, disse Lula a jornalistas no México.
Leia mais: Todos os que falaram da Venezuela na ONU, menos Lula
O exílio de González
Candidato da oposição na votação de 28 de julho, Edmundo González deixou a Venezuela em 7 de setembro, com destino à Espanha após solicitar asilo político ao país europeu.
Como mostrou O Antagonista, ele ficou abrigado em segredo na Embaixada da Holanda em Caracas durante mais de um mês antes de se esconder na residência do embaixador espanhol.
A Procuradoria-Geral da Venezuela, controlada pelo chavismo, anunciou em 2 de setembro que um tribunal expediu um mandado de prisão contra Edmundo González.
O diplomata foi intimado para prestar depoimento sobre a apuração paralela das eleições de 28 de julho. Segundo a oposição, González venceu o ditador Nicolás Maduro com cerca de 70% dos votos.
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