Um terremoto de magnitude 5,4 sacudiu os arredores de Lisboa, Portugal, sendo sentido com força na capital e na cidade do Porto, nesta segunda-feira, 26. Este é um dos abalos sísmicos mais intensos registrados nas últimas décadas no país, que ainda carrega na memória o impacto de um dos piores terremotos do mundo, ocorrido no século XVIII.

O fenômeno sísmico ocorreu pouco depois das 5h da manhã, no horário local (1h da manhã no horário de Brasília). O epicentro foi localizado no mar, a cerca de 52 quilômetros da costa de Setúbal, cidade próxima a Lisboa, informou reportagem do G1.

Segundo o Instituto de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), a magnitude do tremor foi de 5,4, enquanto o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) reportou uma magnitude ligeiramente menor, de 5,3.

Profundidade do terremoto

O USGS apontou que o terremoto ocorreu a uma profundidade de 17,5 quilômetros, o que é considerado relativamente raso para abalos sísmicos. Essa característica potencializa a intensidade com que o tremor é sentido na superfície, resultando em maior percepção do evento pelas populações das áreas afetadas.

Além de Lisboa e do Porto, o terremoto foi percebido em diversas outras regiões de Portugal, demonstrando a amplitude do seu impacto. Este evento trouxe à tona lembranças do megaterremoto do século XVIII, que devastou a cidade de Lisboa em 1755, sendo um dos mais catastróficos já registrados na história.

Apesar do forte abalo, até o momento não há relatos de danos materiais significativos ou de vítimas, conforme comunicado pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. A agência de proteção civil de Lisboa informou que recebeu centenas de ligações de cidadãos em busca de orientações, mas ressaltou que, felizmente, não houve necessidade de emitir alertas de tsunami. As autoridades continuam a monitorar a situação e estão preparadas para responder a qualquer emergência.

Memórias de um desastre

O tremor registrado nesta segunda-feira é considerado um dos mais significativos nas últimas décadas em Portugal e trouxe à tona memórias do devastador terremoto de 1755. Naquele ano, um terremoto de magnitude estimada entre 8,5 e 9 atingiu Lisboa, seguido por um tsunami e um incêndio que se alastrou pela cidade, consumindo-a por seis dias.

Estima-se que entre 20 mil e 100 mil pessoas tenham perdido a vida nessa tragédia, que marcou profundamente a história de Portugal e da sismologia mundial.

A cidade de Lisboa teve de ser amplamente reconstruída após o evento de 1755, e o episódio impulsionou o desenvolvimento de estudos sísmicos e práticas de prevenção de desastres em todo o mundo. A memória desse terremoto continua a influenciar a forma como Portugal lida com eventos sísmicos até hoje, ressaltando a importância da preparação e da conscientização sobre os riscos naturais.