Líderes europeus exigem libertação de reféns e alertam Irã sobre consequências
França, Alemanha e Reino Unido pressionam por cessar-fogo imediato e responsabilizam Irã por possíveis escaladas no conflito entre Israel e Hamas
Os líderes da França, Alemanha e Reino Unido emitiram uma declaração conjunta exigindo a libertação imediata de “todos os reféns ainda detidos pelo Hamas”. A mensagem, divulgada nesta segunda-feira (12), reforça o apoio aos esforços de mediação conduzidos por Catar, Egito e Estados Unidos para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Além disso, os líderes europeus, Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Keir Starmer, foram enfáticos ao afirmar que o Irã e seus aliados “serão responsabilizados por ações que comprometam essa oportunidade de paz e estabilidade”. A declaração surge em um contexto de intensificação das tensões regionais após a morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que provocou ameaças de retaliação por parte do Irã.
A situação humanitária em Gaza também foi mencionada como uma prioridade urgente, com milhões de civis necessitando de ajuda imediata. Os líderes europeus pediram o fim imediato dos combates e o acesso irrestrito de assistência humanitária à região.
Dois dias antes da divulgação da nota de França, Alemanha e Reino Unido, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, afirmou que o uso de escolas pelo Hamas “precisa ser condenado pela comunidade internacional”, à qual pediu que “faça tudo que possa” pela libertação dos 115 reféns mantidos pelo grupo terrorista.
O Antagonista transcreve o conteúdo do vídeo de Hagari, divulgado no sábado, 10 de agosto, pelas FDI:
“Desde o início da guerra, as organizações terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica têm abusado sistematicamente da população civil e da infraestrutura em Gaza para atividades terroristas contra Israel.
Isso inclui a rede de túneis do Hamas sob cidades, hospitais, mesquitas, escolas e instalações da ONU, usados por terroristas para realizar ataques, armazenar armas e manter reféns israelenses detidos.
Também inclui hospitais em Gaza, repetidamente infiltrados e armados por Hamas e Jihad Islâmica, onde foram encontradas entradas de túneis terroristas.
Cada vez mais, nos últimos meses, o Hamas tem usado escolas, muitas com civis abrigados, como bases militares, centros de comando, depósitos de armas e locais para executar ataques terroristas.
Nas últimas semanas, nossa inteligência monitorou de perto uma base militar ativa de Hamas e Jihad Islâmica, onde cerca de duas dúzias de terroristas dessas organizações operavam. Os nomes de 19 desses terroristas que atuavam nesse complexo foram divulgados por nós hoje. Temos também indícios de que o terrorista Ashraf Judah, comandante da brigada da Jihad Islâmica nos campos centrais, estava no local.
Essa instalação militar estava embutida no prédio da escola Al-Tabain, na Cidade de Gaza. Após recebermos informações claras sobre a ameaça representada por esses terroristas, e em conformidade com o direito humanitário internacional, tomamos várias medidas para reduzir o risco aos civis, incluindo vigilância aérea antes do ataque e uso de munições muito precisas para evitar baixas civis.
No início desta manhã, as FDI fizeram um ataque preciso contra terroristas num prédio específico do complexo, numa área onde, segundo nossa inteligência, não havia mulheres nem crianças. Num vídeo que publicamos hoje, dá pra ver que o complexo continua intacto, sem crateras grandes ou danos à estrutura principal do complexo.
Esse uso sistemático de escolas para atividades militares por Hamas e Jihad Islâmica põe em risco tanto os moradores de Gaza quanto os civis israelenses. Isso precisa ser condenado pela comunidade internacional.
Após o ataque, o gabinete de informação do Hamas em Gaza divulgou um número não verificado de vítimas, que foi compartilhado mundialmente. Esses números não fazem distinção entre combatentes e civis, e não batem com as informações que as FDI têm.
Yahya Sinwar, o mentor por trás do 7 de outubro, o dia em que o Hamas brutalmente massacrou israelenses inocentes e iniciou esta guerra, e o homem na semana passada nomeado líder político do Hamas, afirmou ele próprio que mais mortes palestinas ajudam o Hamas em seus objetivos de guerra. Onde Israel vê danos a civis como tragédia, Hamas vê como estratégia.
As FDI continuarão a operar conforme o direito humanitário internacional para desmantelar as capacidades militares do Hamas e trazer de volta os 115 reféns, homens, mulheres, crianças e idosos, mantidos em cativeiro há mais de 300 dias, em condições horríveis. Estamos agindo para criar condições de trazê-los de volta para casa. Pedimos à comunidade internacional que faça tudo que possa para alcançar este objetivo.”
Leia o texto do comunicado dos líderes europeus
“Nós, os líderes de França, Alemanha e Reino Unido, saudamos o trabalho incansável de nossos parceiros no Catar, Egito e Estados Unidos em direção a um acordo sobre um cessar-fogo e a libertação de reféns. Endossamos a declaração conjunta do HH Sheikh Tamim bin Hamad al Thani, do presidente Sisi e do presidente Biden pedindo a retomada imediata das negociações. Concordamos que não pode haver mais atrasos. Temos trabalhado com todas as partes para evitar a escalada e não pouparemos esforços para reduzir as tensões e encontrar um caminho para a estabilidade.
Os combates devem terminar agora, e todos os reféns ainda detidos pelo Hamas devem ser libertados. O povo de Gaza precisa de entrega e distribuição urgentes e irrestritas de ajuda.
Estamos profundamente preocupados com o aumento das tensões na região e unidos em nosso compromisso com a desescalada e a estabilidade regional. Neste contexto, e em particular, acordamos ao Irã e seus aliados para que se abstenham de ataques que aumentem ainda mais as tensões regionais e comprometam a oportunidade de concordar com um cessar-fogo e a libertação de reféns. Eles serão responsabilizados por ações que comprometam essa oportunidade de paz e estabilidade. Nenhum país ou nação pode ganhar com uma maior escalada no Oriente Médio.”
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