Latitude#67: Lula pode pressionar Maduro?
O sociólogo venezuelano Guillermo Pérez afirma que "a comunidade venezuelana no Brasil, e na Venezuela, não tem muita esperança em Lula"
Lula, que, em 2023, relativizou os direitos humanos para defender Nicolás Maduro, tem ignorado o avanço da repressão da ditadura chavista em pleno ano eleitoral na Venezuela, neste 2024.
Em 9 de fevereiro, o regime prendeu a ativista Rocío San Miguel. Ela foi formalmente indiciada pela ditadura sob acusação de crimes de “traição à pátria”, “terrorismo” e “conspiração”.
Cerca de uma semana depois, em 15 de fevereiro, a ditadura deu um ultimato à Missão das Nações Unidas para os Direitos Humanos no país.
Os funcionários da missão da ONU tiveram 72 horas para deixar a Venezuela.
O petista se reuniu com Maduro na cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em São Vicente e Granadinas, no Caribe, na sexta-feira, 1º de março.
O ditador prometeu ao petista eleições limpas no segundo semestre, mas, as relações entre Lula e Maduro não deixam os venezuelanos otimistas.
Em entrevista ao episódio do podcast Latitude deste sábado, 2, o sociólogo venezuelano Guillermo Pérez afirma que “a comunidade venezuelana no Brasil, e na Venezuela, não tem muita esperança em Lula”.
“A diferença de outros líderes de esquerda na região, Lula nunca criticou abertamente o regime venezuelano”, acrescenta.
Pérez também ironizou a ignorância seletiva do petista.
“Pelo contrário, Lula fez comentários em defesa do regime venezuelano. E, ultimamente, ele tem negado conhecimento sobre a Venezuela. Ele parece bem informado sobre Israel e Ucrânia, mas nem tanto sobre a Venezuela”, afirma.
Pérez também fala sobre o sequestro de um ex-militar dissidente do chavismo no Chile, a missão da ONU para os direitos humanos na Venezuela, e o antissemitismo de Nicolás Maduro.
O Latitude é um podcast semanal sobre os principais fatos da política internacional e da diplomacia brasileira que vai ao ar todos os sábados, às 18h.
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