Kremlin sugere que França quer participar diretamente da guerra
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu as declarações do presidente francês como “extremamente provocativas, aumentando as tensões no continente e não trazendo nada de positivo”
O Kremlin acusou na sexta-feira, 7 de junho, o presidente francês, Emmanuel Macron, de alimentar tensões na Europa com o que chamou de declarações altamente provocativas sobre a Ucrânia.
O chefe de Estado francês disse na quinta-feira, 6 de junho, que a França planeja fornecer caças Mirage 2000-5 à Ucrânia até o final do ano, além de formar pilotos ucranianos na França a partir deste verão, com o objetivo de estarem prontos até ao final do ano. Macron também indicou que a França se ofereceu para treinar 4.500 soldados ucranianos em seu território.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu as declarações do presidente francês como “extremamente provocativas, aumentando as tensões no continente e não trazendo nada de positivo”, sugerindo ainda que Macron havia declarado seu apoio absoluto a Kiev e estava pronto para o envolvimento direto da França no conflito ucraniano.
O chefe de Estado francês negou que estas medidas fossem “um fator de escalada”. “Ir treinar alguém na zona Oeste que é uma zona franca na Ucrânia, não é agressão”, defendeu.
Tensão franco-russa
As tensões franco-russas continuaram a aumentar desde que Macron levantou a possibilidade de enviar instrutores franceses para a Ucrânia e não descartou a possibilidade de enviar soldados franceses para lá.
O Kremlin, por sua vez, disse que não poderia descartar a possibilidade de atacar estes soldados franceses caso fossem enviados para a Ucrânia.
O ditador russo, Vladimir Putin, disse na quarta-feira, 5 de junho, que as entregas de armas à Ucrânia eram uma “medida muito perigosa.” Alguns países, incluindo os Estados Unidos, autorizaram recentemente Kiev a atacar o território russo sob certas condições.
“Fornecer armas a uma zona de conflito é sempre uma coisa má. Principalmente se estiver ligado ao facto de os fornecedores não só fornecerem armas, mas também controlá-las. Esta é uma medida muito séria e muito perigosa”, declarou Putin durante uma reunião com agências de imprensa.
Macron vai à Suíça. Lula não vai
O Presidente francês, Emmanuel Macron, participará a Cimeira da Paz para a Ucrânia, que se realizará na Suíça em meados de junho, na quarta-feira, 6. Além do apoio militar à Ucrânia “a longo prazo”, a França pretende prestar “o seu apoio político e diplomático”, explicou o Palácio do Eliseu.
A Ucrânia espera obter um amplo apoio internacional na cimeira, estabelecendo as condições que considera necessárias para acabar com a guerra contra a Rússia. Mais de uma centena de países e organizações comprometeram-se a participar na cimeira, de acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que apelou aos países da região Ásia-Pacífico a aderirem.
Como um dos principais líderes do Sul Global, Lula foi fortemente cortejado pelos suíços. Tanto suíços como ucranianos desejavam a presença no evento de importantes líderes do chamado Sul Global a fim de tentar reverter a tendência desses países em se alinhar à Rússia, como é o caso do Brasil, que está cada vez mais próxima do ditador Vladimir Putin.
O presidente Lula, porém, rejeitou o convite para participar da Cúpula de paz na Ucrânia.
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