Kamala tenta explicar contradições em entrevista: “Meus valores não mudaram”
Vice-presidente tenta consolidar imagem ao abraçar legado de Biden e se distanciar de Trump em entrevista à CNN
Kamala Harris, em sua primeira grande entrevista após se tornar a candidata democrata à presidência, defendeu suas mudanças de postura política, afirmando que seus valores permanecem intactos. Durante a entrevista à CNN nesta quinta, 29, ao lado do governador de Minnesota, Tim Walz,
Ela foi questionada sobre sua credibilidade, dado seu histórico de mudanças em temas como fracking (ou “fraturamento hidráulico”, técnica para extrair petróleo e gás natural do subsolo) e segurança de fronteiras.
Conhecida por respostas longas e pouco diretas, Kamala foi cuidadosa e evitou deslizes que pudessem prejudicar sua campanha. Ela afirmou que suas posições atuais são fruto de maior experiência, mas que suas convicções não mudaram.
“O aspecto mais importante da minha perspectiva política é que meus valores não mudaram”, declarou. Ela destacou seu compromisso com a agenda ambiental, afirmando que o apoio ao Green New Deal e o Ato de Redução da Inflação são exemplos de sua continuidade na defesa do meio ambiente.
Apesar disso, ela foi criticada pela oposição republicana, que acusou a candidata de tentar esconder suas contradições. A equipe de campanha de Donald Trump usou as redes sociais para ressaltar o que chamou de “radicalismo” de Harris, afirmando que ela continua a apoiar políticas polêmicas, como a descriminalização da imigração ilegal e a eliminação do seguro de saúde privado.
Kamala também defendeu com firmeza o legado do presidente Joe Biden, afirmando que ela compartilha de suas posições em temas cruciais, como economia, Israel e fracking. “Eu estou orgulhosa de ter servido como vice-presidente de Joe Biden e de estar agora buscando uma nova forma de liderar a América”, disse ela, ao mesmo tempo em que tentava se posicionar como uma candidata que representa uma nova fase para os Estados Unidos.
Durante a entrevista, Harris sugeriu que poderia incluir um republicano em seu gabinete, em um esforço para atrair eleitores do partido adversário e governar de forma bipartidária, um movimento que não é visto desde o governo de Barack Obama. Além disso, evitou se aprofundar em temas como raça e gênero, ao ser questionada sobre os ataques de Trump à sua identidade racial.
Apesar de uma performance cautelosa, a candidata democrata ainda luta para evitar que suas respostas longas e complexas diluam suas mensagens centrais, algo que ficou evidente quando discorreu sobre a herança política de Biden e seus próprios planos para o futuro do país. A vice-presidente, no entanto, conseguiu atravessar a entrevista sem causar grandes danos à sua campanha, mas também sem obter um impulso significativo.
Com o debate contra Donald Trump se aproximando, em 10 de setembro, Harris terá a difícil tarefa de manter sua posição de equilíbrio entre defender o legado de Biden e apresentar uma visão renovada para o futuro dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que tenta conquistar o apoio de um eleitorado cada vez mais polarizado.
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