“Kamala nunca teve chance”
Victor Davis Hanson, historiador e analista político americano, analisa a derrota eleitoral democrata, marcada por contradições e renúncias políticas
O historiador americano Victor Davis Hanson, referência acadêmica e política da direita americana, listou as razões que, na sua avaliação, levaram à fracassada candidatura de Kamala Harris.
Hanson argumenta que “a corrida presidencial não foi imprevisível”, contrariando pesquisas que subestimavam a volta de Trump à liderança. O artigo, publicado no site American Greatness, é enfático em ressaltar as renúncias ideológicas e táticas erráticas de Kamala, que a afastaram de eleitores chave e impediram uma campanha sólida.
O historiador observa que os republicanos se beneficiaram de um aumento expressivo no número de eleitores registrados desde 2020, muitos dos quais foram decisivos nas eleições recentes. Segundo ele, “os republicanos começaram a dominar a transição para votação antecipada e por correio”, mecanismo inicialmente dominado pela esquerda em 2020 “sob o pretexto da covid”. Esse avanço republicano no controle do processo de votação foi crucial, culminando em uma vantagem expressiva no dia da eleição.
O texto enfatiza as “massivas defecções de eleitores hispânicos e afro-americanos” em direção aos republicanos, um fator amplamente divulgado, mas que teve pouca repercussão nas pesquisas. A derrota de Kamala, como candidata democrata, foi também impulsionada por sua “incapacidade de sustentar as posições radicais que defendia” e pela tentativa de “renunciar aos seus 30 anos de advocacia política” a favor de pautas de esquerda. A guinada, segundo Hanson, gerou desconfiança nos eleitores, que temiam que ela revertesse novamente suas posições caso fosse eleita.
Hanson detalha que Kamala se distanciou de antigas políticas como a oposição à segurança de fronteira, o apoio a reparações raciais e ao confisco de armas semiautomáticas. Ao tentar copiar as posições de Trump, “Kamala nunca convenceu o eleitorado de que não mudaria de lado novamente”.
A candidata, em vez de propor sua visão, “optou por aterrorizar os eleitores contra o ‘fascismo’ de Trump”, o que acabou não sendo suficiente, visto que “os índices de aprovação de Trump eram frequentemente maiores do que os de Kamala” ao final da campanha.
Outro ponto chave para Hanson foi o distanciamento calculado de Kamala da mídia ao longo de boa parte da campanha. Ele questiona: “machucou mais Kamala evitar a mídia ou interagir com ela e expor sua inépcia?”.
A tentativa de manter distância do governo Biden, popularmente impopular, também foi um obstáculo, segundo ele, já que “Kamala evitou declarar sua independência” de Biden até o último momento, quando “doadores e insiders do partido” finalmente tiraram o presidente da chapa.
Por fim, Hanson menciona a escolha controversa de Tim Walz como candidato a vice de Kamala, uma decisão que aumentou ainda mais a fragilidade da chapa democrata. Walz, descrito como um “trapalhão inepto” com um “radicalismo e mentiras em série”, falhou em atrair apoio ao projeto político da atual vice-presidente.
Com o adversário direto J.D. Vance, segundo Hanson, “despedaçando Walz em debate”, a imagem pública de Kamala como candidata viável foi ainda mais corroída.
Para Hanson, a série de inconsistências políticas, desconfiança pública e erros estratégicos culminaram na derrota de Kamala, consolidando a percepção de que sua candidatura “estava, correta e inevitavelmente, condenada”.
Quem é Victor Davis Hanson
Victor Davis Hanson é um historiador americano, analista político e professor emérito de estudos clássicos. Reconhecido por sua crítica afiada à política interna e externa dos Estados Unidos, Hanson é colaborador de veículos conservadores como o American Greatness e o National Review.
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