Kamala Harris formaliza candidatura para as eleições dos EUA
Em aceno ao eleitorado negro, a vice-presidente falou sobre a relação de sua família com o movimento pelos direitos civis
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris (foto), aceitou, nesta quinta-feira, 22 de agosto, a nomeação do Partido Democrata à eleição presidencial americana deste ano.
Kamala abriu sua fala relatando a história de sua família. Ela é filha de imigrantes, pai jamaicano e mãe indiana.
Em aceno ao eleitorado negro, a vice-presidente falou sobre a relação de sua família com o movimento pelos direitos civis.
“Meus pais se conheceram em um encontro do movimento pelos direitos civis. E eles garantiram que nós aprendessemos sobre os líderes dos movimentos pelos direitos civis”, disse a agora também candidata democrata à eleição de 5 de novembro.
A vice-presidente americana ainda prestou homenagem ao atual mandatário, Joe Biden, que desistiu de disputar a reeleição em julho: “Joe, estou cheia de gratidão. Seu histórico é tão extraordinário quanto a história mostrará. E seu caráter é inspirador”.
Sobre seu rival em 5 de novembro, o ex-presidente Donald Trump, Kamala relembrou seu papel na invasão ao Congresso americano, em 6 de janeiro de 2021.
Apoiadores do republicano invadiram a sede do Legislativo, o Capitólio, com o intuito de evitar a certificação da eleição de Biden. A maioria dos invasores partiram de um comício liderado pelo próprio Trump.
“Considere o que ele pretende fazer se lhe dermos poder novamente. Consideremos a sua intenção explícita de libertar extremistas violentos que atacaram os agentes da lei no Capitólio. Sua intenção explícita de prender jornalistas, oponentes políticos e qualquer pessoa que ele considere seu inimigo”, disse Kamala.
Plano econômico de Kamala Harris terminará em fracasso, diz Economist
Kamala Harris, candidata à presidência dos Estados Unidos, lançou um plano econômico cujo principal objetivo é reduzir o custo de vida para as famílias americanas. Em artigo intitulado “O plano de Kamala Harris para o custo de vida terminará em fracasso”, publicado nesta terça-feira, 20, na The Economist, o veículo aponta que as intenções, apesar de compreensíveis, são majoritariamente equivocadas e podem levar a uma piora na situação econômica do país.
Harris identificou quatro áreas principais para atuar: moradia, alimentos, saúde e impostos. No que diz respeito à moradia, a candidata promete construir 3 milhões de novas casas nos próximos quatro anos e oferecer subsídios para facilitar a compra da casa própria. No entanto, o artigo questiona a viabilidade dessas propostas, sugerindo que a falta de detalhes e a hostilidade com os investidores pode acabar limitando a eficácia das medidas. “Eles [investidores] realmente possuem menos de 1% das casas unifamiliares da América e têm construído, ao invés de apenas comprar, casas”.
Sobre a proposta de Harris para controlar os preços dos alimentos, o artigo é ainda mais crítico, alegando que o plano de proibir a prática de preços abusivos é mal fundamentado. A revista argumenta que as acusações contra empresas por elevar preços durante a pandemia são infundadas e que tais medidas poderiam ter o efeito contrário, aumentando os preços ao invés de reduzi-los. A revista destaca: “preços mais altos para tudo, de carros a presunto, serviram como um sinal crucial para as empresas fabricarem mais e para os consumidores diminuírem a demanda”.
No campo da saúde, Harris propõe limitar os custos de medicamentos como a insulina, além de cancelar dívidas médicas. Embora a intenção seja louvável, o The Economist alerta que essas políticas de controle de preços podem resultar em “resultados indesejados”, como o aumento dos prêmios de seguros, e que o perdão de dívidas apenas reiniciaria o ciclo de endividamento. A revista pontua: “de novo as dívidas se acumulam sempre que precisam de atenção médica”.
Quanto às propostas fiscais, Harris sugere aumentar o crédito fiscal para famílias de baixa e média renda, mas a publicação destaca que, com o déficit orçamentário já elevado e a dívida nacional crescente, tais medidas podem exacerbar a situação fiscal do país.
Apesar de admitir que as propostas de Harris podem ser menos danosas do que as de seu concorrente Donald Trump, que defende uma política tarifária severa, o artigo conclui que o plano de Harris não passa de uma tentativa desesperada de conter uma inflação que ela mesma ajudou a criar. “Nem Harris nem Trump têm oferecido propostas sérias sobre como limpar o cenário fiscal do país”.
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