Jornalista argentino revela abuso sexual ao vivo em rede nacional
Jornalista argentino revela sua luta contra abuso familiar em emocionante relato na TV, mostrando a importância do apoio
Não se tratava de uma notícia comum sobre fatos cotidianos ou eventos esportivos que dominam as manchetes. Desta vez, o foco estava em uma revelação pessoal e profundamente impactante feita por um conhecido jornalista argentino em uma emissora nacional.
Em um momento de coragem e transparência, o jornalista Juan Pedro Aleart decidiu compartilhar sua própria trajetória de luta e resiliência diante das adversidades vivenciadas dentro de seu ambiente familiar, marcado por abusos constantes e violência.
Como um jornalista tomou a frente para expor seu passado de abuso?
Conhecido por sua carreira consolidada de 18 anos, o apresentador escolheu um espaço no programa que normalmente é destinado a notícias para relatar sua experiência pessoal. A história que ele nunca havia contado antes era sobre sua vida, crescido em um lar abusivo, onde ele e seus irmãos foram vítimas.
“Vocês me conhecem, trabalho na mídia há 18 anos. Contei muitas histórias e é a primeira vez que vou contar a minha, a minha própria história de vida
Segundo ele, a decisão de se afastar do pai e da família paterna ocorreu há cerca de uma década, motivada pela necessidade de se proteger das influências negativas e de buscar a verdade sobre os abusos que marcaram sua infância e adolescência.
“No ano passado denunciei meu pai por violência doméstica. Meu pai tem sido violento em todas as suas formas: física, psicológica e emocional. Ele aterrorizou todos os membros da minha família, inclusive eu.”
“Apresentei a queixa à minha irmã mais nova — sou o mais velho de três filhos.”
“O que procurávamos era que minha irmã ficasse um pouco mais calma, porque toda vez que ela cruzava o caminho do meu pai em qualquer circunstância ela tremia de medo. Eu sou testemunha disso. Pálida. Terror. Ataques de pânico”, disse o jornalista no ar.
“Meu pai, além de violento, abusou sexualmente da minha irmã desde os 3 anos de idade, sendo HIV positivo.”
Qual foi o impacto da decisão de denunciar os abusos?
Ao tomar a difícil decisão de denunciar o próprio pai por violência doméstica, o jornalista desencadeou uma série de eventos que culminou em uma trágica resolução. O pai, enfrentando as acusações e incapaz de lidar com as consequências de seus atos, optou por tirar a própria vida.
“A convenci a apresentar queixa-crime e cuidei dos honorários de seu advogado para que ele pudesse finalmente apresentar a queixa.”
“Ela fez a denúncia, apresentou laudo psicológico e eu fui testemunha. Porque meu pai abusou sexualmente da minha irmã na minha frente quando eu era criança. Ele abusou sexualmente da minha irmã e fez tudo parecer uma brincadeira”.
“Eles fizeram eu e meu irmão acreditarmos que minha irmã era exagerada, que ela era louca.”
“Minha mãe foi vítima de tudo isso e cúmplice.”
“Meu pai foi notificado da queixa criminal há três semanas.”
“Não querendo enfrentar tudo o que fez, a atrocidade, a barbárie que cometeu, ele decidiu tirar a sua vida. Decidiu suicidar-se”.
“Descobrir isso foi uma notícia muito chocante, profundamente triste. Mas meu pai tomou essa decisão desde o momento em que decidiu abusar da própria filha, desde que ela tinha 3 anos, com HIV.”
Essa decisão não apenas encerrou o ciclo de violência, mas também expôs a gravidade dos abusos sofridos pela família, especialmente a irmã do jornalista, abusada desde os três anos de idade.
Revelações adicionais e o apoio necessário
Durante a revelação, o jornalista também compartilhou que outro membro da família, um tio que inicialmente parecia um protetor, também foi abusivo. Com isso, a complexidade do trauma familiar se aprofundou, necessitando de ainda mais coragem e apoio para ser enfrentado.
“Enquanto tudo isso acontecia na minha casa, uma casa com um pai violento e abusivo, uma mãe que era vítima e cúmplice ao mesmo tempo, uma casa onde se naturalizavam o abuso e a violência, um tio em quem eu confiava, que cumpriu em muitas situações o papel de pai comigo, aquele tio aproveitou-se do contexto de extrema vulnerabilidade em que eu me encontrava e abusou sexualmente de mim e do meu irmão a partir dos 6 anos.”
Em sua jornada de cura, o jornalista enfatizou a importância da terapia e do suporte de amigos próximos, fundamentais para sua recuperação e continuidade de sua carreira e vida pessoal.
“Fiz muita terapia e faço muita terapia. Faço segunda, terça, quinta, sexta, duas horas seguidas, mais finais de semana quando necessário.”
“Isso e o amor e a amizade de um pequeno grupo de pessoas foi o que me fez continuar.”
Uma mensagem para outras vítimas de abusos
Encerrando seu relato, ele dirigiu-se especialmente a outros homens que podem ter sofrido abusos, destacando a importância de falar abertamente sobre suas experiências, buscar ajuda e romper o ciclo de silêncio que muitas vezes perpetua o sofrimento e a violência.
“Eu sei como é: é degradante, é constrangedor. Sei que muitos não contaram às suas esposas, aos seus filhos, aos seus amigos, aos seus psicólogos”.
“Quero lhe dizer que a única maneira de curar é usando palavras, falar sobre isso, denunciar”.
“O silêncio é o melhor amigo dos abusadores. Vamos aprender com as mulheres que são corajosas e que denunciam.”
Se você é vítima de qualquer tipo de abuso, busque apoio, denuncie.
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