Jornalistas de Portugal em greve; principal grupo parou
Centenas de profissionais de imprensa do Global Media Group (GMG), um dos principais conglomerados de comunicação de Portugal, cruzaram os braços por uma hora nesta quarta-feira, 10, em protesto contra...
Centenas de profissionais de imprensa do Global Media Group (GMG), um dos principais conglomerados de comunicação de Portugal, cruzaram os braços por uma hora nesta quarta-feira, 10, em protesto contra um plano de corte de postos de trabalho.
Alguns profissionais de outras empresas, como o jornal Público, aderiram em solidariedade. De acordo com o jornal português, a paralisação contou com jornalistas da “Agência Lusa, SIC, SIC Notícias, RTP, Antena 1, Expresso, Visão, Jornal de Negócios, Observador, da revista digital Divergente e do podcast Fumaça, assim como de estações de rádio pertencentes à Bauer Media Group, como a Rádio Comercial e a M80”.
A greve teve como alvo a proposta de eliminação de 200 empregos, o que representa um terço dos cerca de 550 postos que a companhia tem atualmente. Os trabalhadores também reclamaram dos atrasos no pagamento de salários e do bônus de Natal.
GMG na mira da política portuguesa
Nos últimos meses, a situação da GMG tem repercutido fortemente na mídia portuguesa e na política do país. Em setembro de 2023, o World Opportunity Fund (WOF) adquiriu uma participação de 51% na Páginas Civilizadas, proprietária da GMG.
Isto colocou a empresa no radar de autoridades locais, uma vez que o fundo, com sede nas Bahamas, é gerido pela Union Capital Group, sociedade baseada na Suíça que enfrenta problemas com reguladores locais.
Medo pelo futuro da liberdade de imprensa
A crise no GMG tem gerado preocupação quanto ao futuro do jornalismo em Portugal. O presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se publicamente sobre a questão, ressaltando a necessidade de encontrar soluções para garantir a sustentabilidade da indústria de mídia nacional. Ele enfatizou a urgência da questão, indicando que a situação pode se tornar irreversível sem uma ação rápida.
Simultaneamente, foi criado um inquérito na Assembleia da República — o parlamento português — para investigar questões societárias da GMG. Além disso, o órgão regulador de imprensa iniciou um processo para examinar a aquisição da GMG pelo WOF.
O grupo GMG, dono de nomes de peso no jornalismo português, como a rádio TSF e os jornais centenários Diário de Notícias e Jornal de Notícias, tem uma dívida de 7,5 milhões de euros com a Autoridade Tributária e Segurança Social, que está sendo regularizada em cumprimento a um regime de exceção. Contudo, os encargos anteriores ainda recaem sobre o grupo e a sua capacidade de operação.
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