Itália aumenta taxação de residentes mais ricos
As mudanças fiscais italianas atraem residentes ricos, mas geram controvérsias sobre equidade.
As transformações fiscais na Itália despertaram grande interesse e preocupação entre os residentes internacionais ricos. Recentemente, o governo dobrou a taxa “flat” sobre a renda do exterior para novos residentes abastados, passando de 100.000 euros para 200.000 euros. Esse ajuste visa equilibrar o crescente interesse pelo regime fiscal italiano e evitar controvérsias sobre sua equidade.
Desde sua introdução em 2017, a taxa “flat” atraiu diversos profissionais de destaque, incluindo atletas notáveis como Cristiano Ronaldo e executivos financeiros que migraram de Londres para Milão após o Brexit. A medida ajudou economicamente, mas também provocou um aumento na demanda por moradia na capital financeira italiana, acentuando as disparidades sociais.
Como a Nova Taxa “Flat” Afeta a Atração de Residentes Ricos?
O aumento da taxa “flat” de 100.000 para 200.000 euros é visto como uma tentativa de moderar o fluxo de novos residentes ricos na Itália, mantendo o regime dentro de um número aceitável. Esse aumento ajuda a contrapor a percepção de que a taxa anterior havia se tornado baixa, especialmente considerando a inflação.
A Itália é considerada o principal destino europeu para milionários globais em 2024, segundo a consultoria britânica Henley & Partners. Até junho deste ano, esperava-se que 2.200 indivíduos com pelo menos $1 milhão em riqueza líquida investível se mudassem para a Itália. Em 2022, a Itália já havia incentivado 1.136 relocações com suas vantagens fiscais.
Quais São as Consequências Práticas das Alterações Fiscais na Itália?
Com as mudanças, espera-se que alguns profissionais do setor de gestão de fundos europeus reconsiderem a Itália como destino devido à natureza flutuante de sua renda estrangeira. Entretanto, especialistas como Vito Di Pede, um conselheiro fiscal em Milão, afirmam que as novas medidas terão pouco impacto sobre indivíduos com um patrimônio líquido de pelo menos 7 milhões de euros.
Di Pede destaca que a Itália continua sendo uma opção viável para os ultra-ricos, especialmente devido às suas disposições sobre o imposto de herança. Diferente do Reino Unido, onde a taxa de imposto de herança é de 40% acima de um limite de 325.000 libras, a Itália aplica uma taxa entre 4% e 8% acima de diferentes limiares, com a vantagem adicional de isentar ativos no exterior pelo regime “flat”.
Como a Itália se Compara a Outros Países em Aspectos Fiscais?
A mudança fiscal na Itália acontece em paralelo ao fim, em abril de 2025, do regime tributário “non-dom” no Reino Unido, que isentava de tributação a renda estrangeira de residentes britânicos com domicílio estrangeiro. O Partido Trabalhista britânico propôs eliminar as medidas temporárias de alívio para “non-doms”, como a criação de trusts para proteger ativos estrangeiros de impostos de herança.
Além do Reino Unido, a Suíça também propôs uma elevada taxa de imposto de herança de 50% sobre ativos superiores a 50 milhões de francos suíços para financiar a transição verde do país. Em contraste, a Itália oferece uma combinação vantajosa de acordos bilaterais para evitar a dupla tributação de renda e capital.
Em síntese, apesar das recentes mudanças, a Itália ainda proporciona um ambiente fiscal atraente para os ricos, combinando benefícios de impostos baixos com acordos de tributação vantajosos, permanecendo um destino atrativo para novos residentes abastados.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)