“Israel não atirou em civis que buscavam comida”, diz porta-voz das FDI
"Atuamos estritamente de acordo com as normas do direito internacional. Sugiro não confiar em informações de uma organização terrorista.”, disse Rafael Rozenszajn
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel nascido no Brasil, Rafael Rozenszajn, disse a O Antagonista que “Israel não atirou em civis que buscavam comida”, ao contrário do que as manchetes da imprensa, baseadas em narrativas do Hamas, dão a entender. Ele também publicou a declaração em rede social:
“Enfatizo que, ao contrário das acusações, não atiramos contra civis que buscavam ajuda e não atiramos contra o comboio humanitário, nem do solo nem do ar. Atuamos estritamente de acordo com as normas do direito internacional. Sugiro não confiar em informações de uma organização terrorista.”
As FDI tampouco confirmam o número de 104 mortos, divulgado pelo Hamas e ecoado pela imprensa. O major reiterou a O Antagonista que três episódios diferentes estão se passando por um só no noticiário.
Três episódios
“Dezenas de pessoas em busca de ajuda humanitária foram atropeladas por caminhões dirigidos por motoristas palestinos ou mortas por tiros de outros palestinos, que tentavam roubar a ajuda e que não temos como identificar se são do Hamas.”
No episódio que envolveu soldados israelenses, Rozenszajn afirmou ao portal que “não foram mais de dez pessoas que ficaram feridas” e que as FDI ainda não têm confirmação de mortes.
“O Exército israelense não atira em civis inocentes. Só em terroristas ou em pessoas que representam uma ameaça aos soldados. No caso, são pessoas que foram em direção aos soldados, mesmo após os tiros de alerta para cima, então eles utilizaram os armamentos para garantir sua segurança”, afirmou o major, ressaltando que sempre existe uma preocupação das tropas com infiltração, porque “terroristas do Hamas não respeitam as normas do direito internacional”. “Ele não usam uniforme, usam roupas de civis.”
Investigação
Segundo as FDI, todas as atividades do Exército passam por exame, com apuração preliminar e, em caso de indício de irregularidade, investigação jurídica da promotoria militar.
“Os fatos estão sendo investigados. Se o Exército chegar à conclusão de que os soldados não deveriam ter aberto fogo, ou de qualquer desvio de conduta, isto será apontado”, disse Rozenszajn a O Antagonista.
Ele lembrou as narrativas falsas do Hamas, ecoadas pela imprensa, no caso da explosão em área do hospital Al-Ahli. Como O Antagonista mostrou, veículos estrangeiros e brasileiros destacaram que o Exército israelense havia bombardeado o hospital e deixado até 500 mortos, mas investigações militares e jornalísticas posteriores atribuíram a explosão a um foguete errante que, disparado de Gaza pela Jihad Islâmica, atingiu apenas o estacionamento do hospital, sem derrubar seus edifícios, e deixou não mais que algumas dezenas de mortos.
Procedimento
“Não negamos na hora. Esperamos para poder verificar e prestar contas de que não foi o Exército israelense. No momento, não dissemos quantas pessoas morreram. O Hamas, que não tem compromisso com os fatos, dispara suas mentiras imediatamente”, disse o major, lembrando também a narrativa falsa de que helicópteros israelenses teriam matado civis no festival Nova, de música eletrônica, em 7 de outubro.
Rozenszajn ainda atribuiu ao Hamas a culpa pelas dificuldades logísticas na distribuição de comida na Faixa de Gaza e pelas suas consequências trágicas.
“O Exército estava tentando garantir a segurança dos caminhões que levam ajuda humanitária. Eles vêm pelo Egito e passam por território israelense. Há duas passagens de Israel para a Faixa de Gaza. Uma pelo norte e outra pelo sul. No começo da guerra, terroristas destruíram as duas passagens. Uma ainda não foi reformada, outra foi para permitir o envio de ajuda humanitária pelo sul. Mas ela precisa ir até o norte da Faixa. Milhares de terroristas, nesse trajeto, vinham atacando o comboio. Como o Hamas rouba ajuda e não distribui ao seu povo, o Exército israelense fez um corredor humanitário para garantir a passagem dos caminhões para o Norte”, explicou o major.
Hamas
“Quem tem de se responsabilizar pelos civis da Faixa de Gaza é o Hamas, que governa a região. Mas os terroristas do grupo só cuidaram dos túneis subterrâneos. Enquanto eles estão dentro dos túneis, com a ajuda humanitária roubada, a população passa fome e quem tenta cuidar dela é o Exército israelense, que não governa a Faixa, nem é responsável pelos civis.”
O Antagonista também apurou que o Hamas está em negociação com Catar, Estados Unidos e Israel para chegar a um cessar-fogo fixo, mas que autoridades israelenses tenderiam a aceitar no máximo uma trégua temporária em troca de cerca de 40 reféns, a não ser que o grupo terrorista liberte todos os 134 restantes.
A avaliação em Israel é que o Hamas quer um cessar-fogo sem precisar pagar o preço de libertar as pessoas do cativeiro, então estimula a pressão internacional, tentando fazer o mundo acreditar que o Estado judeu está atacando os civis. A indignação interna com as pessoas que acreditam no grupo terrorista vem aumentando, assim como a impressão de que elas colocam em risco o futuro existencial do país, já que, sem a neutralização dos terroristas, o preço do ataque terá valido a pena, o Hamas poderia reerguer-se e continuar administrando Gaza, e outros grupos, como o Hezbollah, poderiam fazer no Norte de Israel o que ele fez no Sul.
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