Israel anunciou o envio de uma delegação ao Catar para negociar um acordo envolvendo a libertação dos reféns.

As últimas negociações indiretas para um cessar-fogo em Gaza, em Agosto passado, sob a égide de mediadores – Qatar, Egipto, Estados Unidos – terminaram em fracasso, como muitas tentativas anteriores.

Na quinta-feira, 24 de outubro, porém, Israel anunciou o envio de uma delegação ao Qatar para negociar um acordo sobre Gaza envolvendo a libertação de reféns. Por seu lado, o Hamas afirma estar aberto a negociações sobre um cessar-fogo no território palestino devastado por mais de um ano de guerra.

As novas negociações ocorrem após a morte do líder dos terroristas do Hamas, Yahya Sinwar, eliminado por Israel em 16 de outubro no sul de Gaza.

O Hamas “mostrou-se pronto para a cessação das hostilidades”, mas exigiu de Israel um “compromisso com um cessar-fogo”, uma “retirada da Faixa de Gaza” e um “acordo sério para uma troca” de reféns israelenses raptados em 7 de Outubro e detidos em Gaza com prisioneiros palestinos detidos por Israel, disse um líder do movimento. Estas condições, apresentadas durante negociações indiretas anteriores, foram rejeitadas por Israel.

Após discussões no Cairo entre autoridades egípcias e uma delegação do Hamas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enviará o seu chefe de inteligência estrangeira, a Mossad, David Barnea, ao Catar, segundo o seu gabinete.

Este último deverá reunir-se no domingo com o chefe da CIA, Bill Burns, e com o primeiro-ministro do Qatar para discutir “diferentes opções para retomar as negociações sobre a libertação dos reféns”, segundo a mesma fonte.

O principal Mossad já se reuniu com altos funcionários egípcios como parte dos esforços para um “retorno às negociações e para um cessar-fogo”, informou o canal Al Qahera News, próximo da inteligência egípcia.

Os planos de Sinwar para os reféns

O jornal palestino Al-Quds divulgou documentos atribuídos a Sinwar que descrevem em detalhes o planejamento para a manutenção e distribuição dos reféns israelenses sequestrados. Os documentos foram encontrados com anotações manuscritas e incluem ordens explícitas sobre a preservação dos reféns, justificada como um meio importante para negociar a libertação de terroristas palestinos presos em Israel